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Sem poço, escola faz merenda com água da chuva no Amapá

Revoltados com a situação, pais de alunos protestaram contra os problemas e interditaram um trecho da BR-156 - Polícia Rodoviária Federal
Revoltados com a situação, pais de alunos protestaram contra os problemas e interditaram um trecho da BR-156 Imagem: Polícia Rodoviária Federal

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

28/05/2015 17h17

Estudantes da Escola Estadual Água Branca do Cajari, localizada na zona rural do município de Laranjal do Jari, sul do Amapá, estariam se alimentando com merenda feita com água da chuva. A unidade também está com problemas de falta de professores e de acesso ao local, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Imagens divulgadas pela PRF, feitas nessa quarta-feira (27), mostram como é feita a captação da água. Baldes são colocados ao final das calhas, que são interligadas com o telhado da escola, para que a água seja armazenada e usada para produção da merenda.

A polícia flagrou ainda uma caixa de água sem tampa e com larvas de mosquitos. A água vem de um poço que abastece a escola, mas está com problemas por conta da falta de energia elétrica na região. Moradores disseram que a energia chega apenas das 16h às 22h e o fornecimento é feito por meio de geradores movidos a óleo diesel.

A PRF destacou que professores e alunos têm dificuldades de chegarem à escola porque a estrada é de terra e está com centenas de “atoleiros”.

A escola atende a 13 comunidades - Marinho, Açaizal, Martins, Santarém, Dona Maria, Santa Clara, Sororoca, Boca do Braço, Ariramba, Acampamento, São Pedro, Itaboca e Água Branca do Cajari.

Revoltados com a situação da escola, pais de alunos protestaram contra os problemas e interditaram um trecho da BR-156, no km 190, na terça-feira (26) e na quarta-feira (27). A desobstrução da rodovia ocorreu após membros do MP (Ministério Público Estadual) se reunirem com líderes da manifestação e assinarem um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para que eles se comprometam em aguardar soluções para os problemas da escola até o dia 1º.

A SEED (Secretaria de Estado da Educação) informou uma equipe vai vistoriar a escola e que será elaborado um relatório sobre a situação para que os problemas apontados sejam resolvidos.

O UOL tentou localizar a direção da escola, mas o telefone informado não completou as ligações telefônicas.

Em contato com a CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá), a reportagem foi informada de que ainda na quarta-feira foi encaminhado um carregamento de óleo diesel para abastecer os geradores e ampliar o tempo de fornecimento de energia elétrica para as comunidades.