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Pais e alunos fazem ato contra greve e cortes em colégio da UFRJ

Vinícius Lisboa

Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro

30/06/2015 12h47Atualizada em 30/06/2015 13h59

Pais e alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Cap-UFRJ) realizam nesta terça-feira (30) um ato público e uma reunião com os professores da unidade. O objetivo é defender a continuidade das aulas, já que a greve dos docentes da universidade continua.

A manifestação foi convocada pela Associação de Pais, Alunos e Amigos do Colégio de Aplicação da UFRJ (Apacap-UFRJ), que divulgou uma carta aberta no último sábado (27) dizendo que, “apoiam as reivindicações dos docentes da UFRJ e rejeitam o instrumento de greve como primeira ação de reivindicação dos pontos de pauta”.

Na carta, a associação pede também a preservação das atividades letivas no Cap-UFRJ, considerando o perfil dos estudantes, que são crianças e jovens de 6 a 17 anos, que, “diferentemente dos estudantes universitários, não possuem autonomia para gerir suas rotinas”, diz a nota. A carta repudia ainda o contingenciamento de verbas que o governo federal impõe à UFRJ e às universidades federais desde 2014.

Através de nota, o Ministério da Educação (MEC), informou que atua para garantir os recursos de custeio necessários para o funcionamento de universidades e institutos federais. "Dessa forma, serão preservados, integralmente, os limites para empenho no exercício de 2015 as despesas: dos Hospitais Universitários, das despesas com custeio de Assistência Estudantil; e das despesas com Residência Médica”, diz a nota.

O Ministério ainda reforçou que, para se adequar ao ajuste fiscal, o MEC priorizou as despesas de custeio das universidades. O limite de gastos de 2015, apesar disso, ficará maior do que em 2014.

O presidente da Associação Sindical de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj), Cláudio Ribeiro, defendeu a paralisação do Colégio de Aplicação e disse que o movimento busca garantir o funcionamento adequado para toda a UFRJ.

"O que vai prejudicar mais os pais e os estudantes é não ter orçamento para a universidade funcionar. Por isso a gente está fazendo a greve". Ele ainda lembrou que o atraso no repasse de verba foi responsável pelo atraso no início das aulas do colégio e pela paralisação de terceirizados.

Cláudio disse também que os docentes estão em contato com os pais e reconhecem os problemas, mas considera que paralisar as aulas de toda a universidade e manter as do Cap faria o colégio se distanciar do corpo docente da universidade. "O CAp não é apenas educação básica. Também é um espaço de formação para a graduação. Ele faz parte da UFRJ".

A Universidade Federal do Rio de Janeiro informou através de sua assessoria que não tem controle sobre a greve e, portanto, o colégio está acompanhando as decisões da Adufrj, sem interferência direta da universidade no tema. Atualmente, o CAp está com as aulas suspensas em um dos turnos por dia.