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Professoras que aparecem em vídeos maltratando alunos são demitidas no DF

Jéssica Nascimento

Do UOL, em Brasília

07/07/2015 13h18Atualizada em 07/07/2015 16h14

As três professoras suspeitas de maltratarem alunos entre 3 e 5 anos em uma escola particular de Águas Claras (DF) foram demitidas por justa causa, de acordo com o Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF). A Polícia Civil que investiga o caso, informou que 24 boletins de ocorrência já foram registrados contra a escola Ipê.

Segundo o Sinproep-DF Trajando Jardim, a categoria repudia a ação cometida pelas educadoras e se solidariza com a comunidade escolar.  “Somos 20 mil professores e claro que lamentamos o ocorrido. Se forem comprovados os maus tratos, queremos que elas paguem pelo erro”.

A assessora parlamentar Mariana Rios, 33, conta que o filho estudou no colégio quando tinha sete anos e que foi ridicularizado pela professora. “Ainda bem que o tirei de lá [Ipê]. Estou assustada e me sentindo culpada e impotente por ter exposto meu filho a este lixo de escola”.

São 25 vídeos que circulam pela internet. Em um dos registros uma criança chora e grita várias vezes "não". O aluno teria feito xixi e as professoras o deixaram apenas de cueca diante toda a sala. "Vou deixar ele pelado. Olha o tamanho dele, cueca toda molhada. Eco", diz uma das educadoras.

Para Mariana Rios, a demissão foi favorável, mas também demonstrou repressão da diretoria. “São muitos casos e de diferentes professoras. Essas posturas adotadas pelas educadoras são reflexos da direção. Quando uma empresa adota uma política e cultura, todo ambiente profissional se espelha”.

Já Trajando alerta sobre o ambiente de trabalho escolar. A categoria está em busca de uma redução de estudantes em sala de aula, tanto no ensino básico quanto no superior. “Quase todas as classes têm de 25 a 30 estudantes, o que é muito para apenas um professor, principalmente se os alunos forem crianças”, explica.

Muitos dos professores, segundo o Sinproep-DF, chegam ao sindicato com graves doenças laborais, como estresse agudo, depressão e assédio moral.