Escola pública de Floripa incentiva cultura de paz através da meditação
Na escola municipal Lupércio Belarmino da Silva os professores estavam preocupados com o nível de ansiedade e estresse dos alunos. Foi quando a nova professora de educação física, Rosângela Martins dos Santos, 49, propôs uma estratégia pouco usual nas escolas para lidar com o problema: meditação.
A prática fez tanto sucesso na escola que chamou a atenção da Prefeitura de Florianópolis, que estuda a possibilidade de ampliar esses ensinamentos para outros estabelecimentos da rede.
“A meditação desperta o que existe de melhor nas crianças. Não apenas força, coordenação, flexibilidade, que normalmente são os resultados de exercícios físicos, mas consciência, criatividade e um sentimento de pertencimento, de inclusão”, defende Santos, que medita desde seus 19 anos.
Em 2009, após conhecer um método chamado Yoga na Educação, criado pela francesa Michelina Klak e pelo suíço Jacques De Coulon, ela levou a prática pessoal para as aulas. Transferida para a Lupércio Belarmino, Rosângela incorporou outra técnica: a meditação para paz, desenvolvida pela indiana Anmol Arora.
A experiência é simples. Os alunos formam um círculo, inspiram e expiram profundamente, depois repetem em voz alta: “eu estou em paz”, “minha família e meus amigos estão em paz”, “minha escola está em paz”.
Na prática da tarde em que a reportagem do UOL acompanhava as atividades, Elithon Eduardo Adriano, 7, fez uma pequena interferência: “Professora! Por que não falamos nossa escola?” Quando questionado sobre o motivo da mudança, respondeu: “É que a escola não é minha. Ela é de todos”.
Cerca de 5 mil crianças brasileiras meditam nas escolas
A meditação para paz é ensinada em 194 escolas brasileiras, segundo a ONG Mente Viva, do qual Anmol Arora é coordenadora. Cerca de cinco mil crianças nos país praticam a técnica desenvolvida pela psiquiatra.
A meditação trabalha o ritmo da respiração, trazendo mais quietude e foco ao praticante. “Existe algo essencial para vida, que ao nascer já sabemos, mas que com passar dos anos as pessoas desaprendem: respirar. A respiração é um caminho para dentro, depois que me conheço, estou pronto para conhecer o mundo, que também sou eu”, afirmou Santos.
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