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Estudantes completam 4 dias acampados na reitoria da UFPR

Estudantes ocupam a reitoria da UFPR desde segunda-feira (31) - UFPR/Divulgação
Estudantes ocupam a reitoria da UFPR desde segunda-feira (31) Imagem: UFPR/Divulgação

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

03/09/2015 17h52Atualizada em 03/09/2015 18h13

Estudantes da UFPR (Universidade Federal do Paraná) completam, nesta quinta-feira (03), quatro dias de ocupação do prédio da reitoria da instituição, localizado no centro de Curitiba. Os acadêmicos invadiram o edifício na última segunda-feira (31) e dizem que vão seguir acampados até que as condições impostas “sejam negociadas”. A paralisação dos estudantes se soma a dos servidores técnico-administrativos (desde 29 de maio) e dos docentes (desde 11 de agosto).

Na última quarta-feira (2), docentes, estudantes e servidores técnico-administrativos criaram uma pauta em comum e ganharam o apoio da ApufPR (Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná) e do Sinditest (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado). A abertura do orçamento da UFPR, visando entender como os cortes orçamentários impostos pelo governo federal vão afetar a instituição, e a manutenção da assistência estudantil aparecem como prioridades.

A UFPR divulgou nota oficial repudiando a invasão do prédio. “A reitoria da UFPR lamenta que este grupo radical force o rompimento do diálogo e registra que a construção de uma mesa de negociação eficaz exige ambiente de confiança e atmosfera que facilite o debate de ideias”, diz.

A instituição ainda afirmou que não está parada, mas que há serviços comprometidos, especialmente os administrativos. De acordo com a instituição, o pagamento de 3,2 mil bolsas e auxílio do mês de setembro – previstos para o dia 10 – estão comprometidos, assim como outros 400 cadastros para concessão de bolsas, já que os manifestantes ocupam o setor financeiro da instituição.

O impasse não tem data para acabar, pois a audiência que estava marcada para dia 9 de setembro entre as três categorias e a reitoria foi cancelada nesta tarde até que os estudantes liberem o edifício, de acordo com a assessoria de imprensa da UFPR.

Reivindicações

Além de apoiar as reivindicações dos servidores técnico-administrativos e docentes, os estudantes têm pedidos específicos, tais como: congelamento do preço do Restaurante Universitário; revogação ao corte de bolsas; avanços na negociação das pautas de assistência estudantil (auxílios e outros benefícios). “Entendemos que ocupar a reitoria seria um meio político de reivindicação”, explica a membro da Comissão de Comunicação do Comando Estudantil de Greve Graziela Oliveira.

A greve dos estudantes foi decidida em assembleia no dia 19 de agosto e, desde o dia 26, foi aberta a mesa de negociações. “Nunca tivemos um documento assinado com as propostas oferecidas nas reuniões e o reitor está de férias enquanto existem três categorias em greve”, reclama Graziela. A água e a luz do edifício foram desligadas na última terça-feira e os estudantes alegam estar em regime de revezamento e que contam com o apoio da comunidade.

Apoios

O Sinditest apoia o movimento e também cedeu alguns colchonetes aos alunos. O secretário-geral da ApufPR e membro do comando local de greve, Vilson Aparecido da Mata, vê a ação como um instrumento de pressão dos acadêmicos. “Ninguém entra em greve por esporte. Nesse sentido, nós apoiamos os estudantes, sim”, afirma. “Quando as reivindicações são de três categorias distintas, mostra que se trata de uma questão sensível”, ressalta. De acordo com Mata, a paralisação dos professores é parcial, mas conta com apoio de 70% dos docentes. O Sinditest, por outro lado, não tem estimativas em relação à adesão da greve em sua categoria.