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Professora é suspeita de dar tranquilizante em suco para crianças em PE

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

07/10/2015 16h35

Uma professora está sendo investigada pela Polícia Civil de Pernambuco por suspeita de ter dado suco com tranquilizante a alunos do ensino fundamental no município de Sanharó (a 199 km do Recife). O caso aconteceu na tarde de ontem (6), durante horário do lanche na Escola Municipal Nilza Leite Avelino.

De acordo com a Secretaria de Educação de Belo Jardim, nove crianças com idade entre quatro e sete anos passaram mal e precisaram de atendimento médico no hospital da cidade. Elas apresentaram sintomas como tontura, dor de cabeça, enjoo e sonolência. Oito delas receberam atendimento e já foram liberadas. Uma criança de cinco anos ainda está internada em observação, segundo o serviço de assistência social da unidade na Unidade Mista João 23.

O quadro clínico das crianças é considerável estável. Segundo avaliação médica, elas foram vítima de “intoxicação por fator exógeno”. Ainda não se sabe qual substância as intoxicou. A expectativa do hospital é que a criança tenha alta médica até a noite desta quarta-feira (7).

A dona de casa Gilvaneide Melo da Silva, 34, é mãe da criança que segue internada. Ela relata que a filha ainda apresenta sono e dor em uma perna, quase 24 horas após o ocorrido.

“Ela estava como se fosse bêbada, tonta depois desse suco. Foi uma notícia muito triste. Fiquei doida em casa. Agora a criança diz que está com uma dor na perna. A professora tem pagar pelo erro que fez. Não é só expulsar, tem que punir”, desabafou.

A mãe conta que a filha já havia se queixado de sono excessivo após chegar da escola. “A minha menina de vez em quando chegava em casa dizendo que estava com sono. Pegava e dormia no sofá. Perguntava se ela estava doente e ela sempre dizia que era só sono”, afirmou.

Segundo Silva, que tem outros dois filhos na escola, o fato foi surpreendente. “Não conheço bem a professora, mas ela passava o dia todo lá. Como já tinha um menino que estudava lá, tinha muita confiança. Agora estou com medo. Estou vendo se vou tirar [os filhos] de lá”, disse. 

A professora não teve o nome revelado pela prefeitura, que abriu uma sindicância para investigar o caso. Até a conclusão, a profissional será mantida afastada de suas funções. O caso será investigado pela Delegacia de Belo Jardim, que abriu um inquérito para apurar a suposta contaminação das crianças. A professora, funcionários e pais de alunos serão ouvidos.

O UOL não conseguiu contato com a professora suspeita de colocar o tranquilizante.