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Candidata diz que 'vai dormir uma semana' depois das provas

Júlia disse estar exausta antes mesmo do começo das provas - Flávio Ilha/UOL
Júlia disse estar exausta antes mesmo do começo das provas Imagem: Flávio Ilha/UOL

Flávio Ilha

Do UOL em Porto Alegre

24/10/2015 14h10

Exausta depois de um ano de estudos “intensos e desgastantes”, a estudante Júlia Torres disse que pretende “dormir uma semana” depois das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que se estendem até este domingo em 789 locais de prova no Rio Grande do Sul. A estudante era uma das 11.800 pessoas que prestam suas provas no campus da PUC/RS, na região leste de Porto Alegre.

Estudante da Escola Estadual Emílio Massot, na zona sul da capital, Júlia chegou cedo no campus da PUC – antes do meio-dia já estava sentada em frente ao prédio 11. O cansaço, porém, era visível. Júlia não fez cursinho e estudou por conta própria nos horários inversos ao ensino regular, como a maioria dos 418 mil candidatos inscritos para o Enem no Estado.

A rotina da estudante para tentar uma vaga no curso de arquitetura foi pesada: seis horas de estudo diário além do período de aula, muitas vezes estendendo a jornada até 21 horas. “É o jeito de amenizar a desvantagem de estudar em escola pública, onde vive faltando professor e onde sempre fica faltando conteúdo”, diz a estudante.

Atrasada

O local foi muito criticado pelos candidatos por ter pouca sinalização em relação aos prédios e também pelo rigor do fechamento dos prédios, já que a prova começaria apenas 30 minutos depois do horário previsto para os estudantes chegarem. 

Caso da candidata Camila de Souza, grávida de sete meses. Ela não conseguiu correr e foi barrada na portaria do prédio 11, um dos sete que abrigaram provas no campus da PUC.

“Fico enjoada, é uma gravidez de risco. Saímos de casa (ela e o marido) pouco antes do meio-dia, mas o trânsito estava ruim e não conseguimos chegar. Paciência, ano que vem vou tentar de novo”, disse a estudante, que quer uma vaga no curso de nutrição.

No Rio Grande do Sul, três locais de prova foram alterados devido às chuvas que assolam o estado. Em Eldorado do Sul, duas escolas foram substituídas. Em Porto Alegre, os estudantes que fariam as provas na Escola Estadual Protásio Alves foram deslocados para o Colégio Estadual Cândido José de Godói, distante mais de 10 quilômetros do local original.