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Veterana de Enem, ambulante reclama da crise e da concorrência em BH

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

24/10/2015 19h12

A ambulante Elizabeth Maria dos Santos, 50, disse ser uma veterana em portas de locais de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, neste ano, reclamou da baixa procura pelos seus produtos e da concorrência.

Ela disse ter chegado cedo para se postar em frente ao portão de acesso às salas de aula da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), situada no bairro Coração Eucarístico, na região noroeste de Belo Horizonte.

“Sou ambulante há uns 10 anos. Esse ano a coisa está feia, bem diferente do ano passado. O movimento caiu bastante,” salientou.
Entre os produtos ofertados no seu carrinho, havia água, caneta esferográfica preta, balas, chicletes, barrinhas de cereais e refrigerantes.

A comerciante atribuiu a escassez de fregueses e o aumento de vendedores ambulantes à crise econômica vivenciada pelo país.

“As pessoas estão comprando menos. O número de ambulantes aumentou muito de um ano para cá. Com certeza é por causa da crise. Todo mundo está necessitando de trabalhar”, cravou.

A mulher disse ter ficado decepcionada com o volume de vendas do primeiro dia do Enem e projeta o domingo como sendo mais fraco ainda.

“Estou decepcionada. Me surpreendeu o pouco movimento de vendas. A gente sempre tem a certeza de que no primeiro dia as pessoas estão mais entusiasmadas e, assim, compram mais”, teorizou.

Apesar de se declarar otimista, Elizabeth Santos afirmou que não vislumbra uma melhora no seu negócio e projeta esse pessimismo para a economia do país.

“Eu espero que melhore, porque eu sou uma pessoa otimista, mas não vejo uma luz. Eu quero, eu preciso e acredito, mas a coisa está complicada”, disse.

A ambulante, apesar do desânimo, afirmou que pretende voltar para a porta da universidade, neste domingo, último dia de provas do Enem.
“Eu venho porque preciso vir, mas dá um desânimo na gente”, finalizou.

Os candidatos eram disputados no grito pelos ambulantes que se posicionaram no portão da PUC, tanto na entrada para as provas, quanto na saída dos candidatos. A temperatura alta fez com que, entre os itens mais procurados, as garrafas de água mineral tivessem mais saída. Em seguida, segundo alguns ambulantes, vieram as balas, os chicletes e barras de cereais.