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'Ela apontou o dedo na minha cara', diz aluna que agrediu professora

A professora foi agredida na segunda (16) e procurou a polícia - Arquivo Pessoal
A professora foi agredida na segunda (16) e procurou a polícia Imagem: Arquivo Pessoal

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, de Ribeirão Preto

20/11/2015 15h30

A adolescente de 16 anos acusada de bater em uma professora dentro da sala de aula em Mogi das Cruzes afirmou que a agressão foi motivada pela ação da educadora, que teria, na versão dada pela jovem, proferido xingamentos contra ela. A menor admitiu que deu o primeiro soco na briga, mas que também foi agredida fisicamente. A Polícia Civil investiga o caso.

O caso ocorreu segunda-feira (16) na Escola Estadual Pedro Malozze e foi denunciado à polícia pela professora Ana Paula Lemos Fernando Bonomo de Aquino, 41. "Ela apontou o dedo na minha cara e me chamou de vagabunda. Não aguentei e acabei dando o primeiro soco nela. Depois, ela puxou meu cabelo e a briga continuou", disse a aluna.

A adolescente confirmou que o desentendimento começou quando ela pediu para sair da sala. "Ela não deixou. Até ai tudo bem, eu senti na minha carteira. Mas ela não parou e começou a falar alto, na frente da sala, que eu estava perambulando o dia todo. Foi ai que levantei e tudo começou", disse.

Na versão da adolescente, nesse momento a professora colocou o dedo perto do nariz dela e a peitou. "Eu falei para ela baixar o dedo e, como não baixou, eu também coloquei o dedo na cara dela. Ai ela disse que eu era uma vagabunda e eu dei um soco nela", disse. "Depois, ela me deu um soco na boca e separaram a gente", disse.

Ana Paula, entretanto, afirmou que as agressões foram motivadas exclusivamente pelo descontrole da aluna após as negativas para que deixasse a sala e que não agrediu, em momento algum, a menor. "Apenas me defendi para não apanhar mais", disse. 

Drogas

A reportagem conversou com a mãe de aluna. Kátia Campos, 33. Ela afirmou que a filha se diz arrependida do que fez, mas defende que ela seja punida. "Ela me pede perdão, diz que deveria ter se controlado, mas eu quero que ela responda pelo que fez e seja punida. Mas, mais que tudo, quero que a verdade seja dita", disse.

Na visão da mãe, a professora precisa assumir sua cota de responsabilidade no caso. "Minha filha errou, porque não se deve agredir ninguém. Mas a professora precisa assumir as coisas que disse", conta.

Kátia disse também que irá exigir, na Justiça, provas de que a filha dela estivesse portando entorpecentes. A declaração foi dada pela professora em uma rede social. "Ela vai ter que provar isso. É uma coisa muito séria", disse.

Investigação

A delegada Valene Bezerra, que responde pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) da cidade, investiga o caso. Segundo ela, as investigações estão direcionadas para determinar se houve alguma conduta imprópria da professora.

"Já temos os exames de corpo de delito e alguns depoimentos. Iremos ouvir mais pessoas para tomarmos alguma medida contra a agressora", disse.

No âmbito escolar, a aluna, que foi suspensa, deve ser transferida. A expectativa é que isso ocorra no começo da próxima semana. Segundo Kátia, a filha segue em casa, excluiu o perfil do Facebook e tem se mostrado deprimida. "Ela chora muito, mas já entendeu que fez uma coisa errada. Só espero que ela supere isso e que uma coisa ainda pior não aconteça", disse.