Após ameaçar professores, juiz decide internar aluna na Fundação Casa em SP
Depois de ameaçar, pessoalmente e através de redes sociais, pelo menos três professores em um período de dois anos, uma adolescente de 17 anos foi apreendida quarta-feira (25) em São José do Rio Preto (SP) e irá passar 45 dias de internação na Fundação Casa. Ela também é acusada de danificar carros de professores.
A decisão pela internação foi da Vara da Infância e Juventude, que declarou, ainda, que espera que a decisão sirva de exemplo. Depois dos 45 dias, haverá uma audiência judicial e, se condenada, a menor pode passar até três anos internada na Fundação Casa.
A apreensão ocorreu na tarde de quarta, depois que a menor foi ouvida pela Justiça em um dos inquéritos nos quais é apontada como autora das ameaças. Após deixar o local, ela foi retirada de dentro do carro dos pais no momento em que a família se preparava para deixar a delegacia. Ela foi enviada à Cadeia Feminina de Nhandeara, onde aguarda vaga na Fundação Casa.
Há dois anos, a adolescente ameaçou alguns professores da Escola Estadual Nair Santos Cunha. Denunciada, ela foi transferida de escola duas vezes. Mesmo cursando o terceiro ano do ensino médio em outra unidade, no último mês ela voltou a ameaçar de morte professores da primeira escola, pessoalmente e pelas redes sociais, e chegou a riscar carros de pelo menos dois deles.
De acordo com o juiz Evandro Pelarin, responsável pela condenação, o objetivo da medida é servir de exemplo para outros jovens que não estão respeitando os professores. “O tempo que ela vai passar na Fundação Casa é uma mensagem clara para os alunos: o professor é autoridade máxima, deve ser respeitado. Aluno que não cumprir isso, ou, pior ainda, ameaçá-lo, vai ser alvo das mesmas medidas”, declarou.
Repercussão
A empregada doméstica Luciana dos Santos, mãe da menor, admitiu que a filha teve problemas com os professores, mas relatou que ela tem "problemas psicológicos" e já buscou tratamento. "Ela já está me dando problema faz tempo, sei que já ameaçou professora, mas já procurou ajuda médica e está tomando remédios", disse.
A mãe afirmou que não é contra a internação, mas ressaltou que discorda da forma como a filha foi apreendida. "Só acho errado eles não avisarem que iam levá-la e buscarem a menina dentro do carro", conta.
A medida, entretanto, foi bem recebida pelos moradores de Rio Preto e pelos professores. Segundo Alaíde Nicolete, diretora regional da Apeoesp (Sindicado dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a posição do juiz deve ser celebrada.
"O que a gente vê é o professor sendo desrespeitado cotidianamente, inclusive pelos alunos, e nada ser feito. Ainda bem que temos esse juiz que está a favor do professor”, relatou.
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