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Colégio na Itália cancela Natal para favorecer integração e causa polêmica

29/11/2015 14h17

Roma, 29 nov (EFE).- Um colégio do município milanês de Rozzano, no norte da Itália, cancelou as festas natalinas com o objetivo de favorecer à integração e não ofender os alunos de outras culturas, uma decisão que provocou polêmica no país.

Trata-se do colégio Garofani e, segundo informaram neste domingo os meios de comunicação locais, seu diretor, Marco Parma, apresentou sua demissão e amanhã deverá explicar sua decisão perante a Secretaria de Educação do governo regional da Lombardia.

Cerca de 20% dos alunos deste centro de educação infantil, de primário e ensino médio, é de origem estrangeira e, para favorecer sua integração, o diretor retirou os crucifixos das salas de aula, se recusou a colocar o Portal de Belém e cancelou o concerto de Natal.

A ideia foi denunciada por um grupo de pais, entre eles vários muçulmanos, e motivou até a intervenção do primeiro-ministro, Matteo Renzi, que advertiu hoje, em declarações ao "Il Corriere della Sera", que "não se dialoga abrindo mão do Natal".

"Debate e diálogo não significa sufocar a identidade em um sentido politicamente correto confuso e insípido. A Itália, a laica e a cristã, não renunciará jamais ao Natal", ressaltou Renzi.

A questão também foi abordada pela ministra da Educação, Stefania Giannini, que, em artigo publicado este domingo no mesmo jornal, reivindicou que "nossa escola deve transmitir valores".

"Isso significa valorizar os símbolos de nossa identidade e não escondê-los, sejam estes laicos ou religiosos", assinalou a ministra.

A prefeita de Rozzano, Barbara Agogliati, interveio para lembrar que o Natal é "uma festa fundamental" para todos os italianos e criticou à direção do colégio que, em sua opinião, conseguiu o contrário do que se propunham: "criar divisões".

Por sua vez, o líder do partido ultradireitista Liga Norte, Matteo Salvini, anunciou que amanhã protestará em frente à escola e distribuirá presépios entre as crianças.

"Sob meu ponto de vista, diretores e professores que cancelam o Natal, uma festa de alegria e paz, deveriam mudar de profissão", opinou Salvini em seu perfil no Facebook.