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"É uma tristeza profunda", diz dirigente de Osasco sobre escola depredada

1.dez.2015 - Cena da depredação da escola estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio que foi atacada na noite de segunda (30) - Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo
1.dez.2015 - Cena da depredação da escola estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio que foi atacada na noite de segunda (30) Imagem: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo

Karina Yamamoto

Do UOL, em São Paulo

01/12/2015 11h58Atualizada em 02/12/2015 15h02

Na noite da segunda-feira (30), a dirigente Irene Machado Pantelidakis, da regional Osasco, recebeu uma ligação que informava a ação da polícia na escola estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio.

Contaram que estava acontecendo um quebra-quebra na escola. "Chamei a diretora, que é a responsável legal da escola, e fomos para lá", conta Pantelidakis que está na rede estadual de São Paulo há 27 anos.

Segundo ela, foi necessário esperar das 19h, horário estimado de chegada ao local, até 21h para entrar na edificação. 

Como a escola estava ocupada desde o dia 16 de novembro, explica a dirigente, eles não podiam entrar. Ela relata que tentaram contato com os estudantes, mas que não obtiveram resposta como se não houvesse ninguém lá.

Após a chegada da polícia técnica, ainda segundo a dirigente, eles entraram na escola e o cenário era de completa destruição: houve roubo de equipamento de informática, quebradeira geral e muita bagunça. 

A dirigente conta que alunos e advogados dos alunos da ocupação entraram com ela e a polícia técnica. 

"A gente tentou conversar com aqueles alunos e explicar que estava perigoso estar lá", conta a dirigente que assumiu a regional Osasco há 11 meses.

Os alunos desocuparam a escola.

Nota da Polícia Militar

A Polícia Militar, por meio de sua assessoria de imprensa, se manifestou sobre o ocorrido. Veja a íntegra da nota enviada:

A PM não utilizou munição química nesta ocorrência. Foram os próprios autores da depredação inventaram a sua utilização. A equipe policial foi ao local para garantir a defesa do patrimônio público, mas, quando chegou, constatou o furto de computadores, tablets, aparelhos de som e DVDs, além da depredação do local. A Polícia Civil de Osasco informa que investiga o caso.

 

Outra história por parte dos alunos

Escola antiga da cidade, a Coronel era uma das três escolas ocupadas em Osasco, contra a reorganização da rede. Após a publicação da matéria, o advogado Flávio Oliveira Bezerra entrou em contato com a reportagem para apresentar sua versão dos fatos -- que é diferente das declarações da dirigente.

As informações iniciais vieram por meio da página de Facebook "O Mal Educado".

Bezerra conta que foi acionado por volta das 18h40 para dar apoio à ocupação que estava sob ataque de bombas, atiradas segundo o relato dos alunos, por policiais militares. Ele, que atua na área trabalhista, faz parte de uma rede de advogados voluntários de apoio às ocupações - segundo ele, a intenção é garantir os direitos das crianças e dos adolescentes.

Ele chegou à escola por volta das 19h e, lá, encontrou viaturas da PM e a dirigente de Osasco. Sua entrada na escola se deu apenas às 20h, quando ele atestou depredação dentro do prédio e ele reforça que a depredação foi consequência da ação de pessoas externas à ocupação. Os estudantes tinham intenção de manter a ocupação.

Enquanto faziam assembleia para decidir sobre a ocupação, conta, um novo ataque foi feito à escola. Eram por volta das 21h, segundo Bezerra, e alguns alunos anunciaram um princípio de incêndio na biblioteca e vários deles correram para tentar apagar o fogo. 

"Pela fresta do portão gritamos para os policiais, e eles não fizeram nada", afirma Bezerra. "Eles se omitiram quando denunciamos o ataque contra os estudantes e até nós que estávamos acompanhando a assembleia." 

Diante da nova ameaça, os alunos optaram por encerrar o protesto e entregar a escola.

Próximos passos

Segundo a dirigente de Osasco, está sendo planejada uma força-tarefa para colocar a escola novamente em condições de funcionamento e retornar as aulas assim que possível.

Cerca de 200 escolas estão ocupadas no Estado de São Paulo. Os alunos reivindicam que a reorganização seja adiada e, durante