Com arma na mão, PM ameaça alunos que protestavam em GO
Estudantes que ocupam 24 escolas estaduais, em Goiás, em protesto contra a implantação das OSs (Organizações Sociais) na educação, divulgaram vídeos e imagens, nas redes sociais, denunciando um homem empunhando uma arma contra alunos. Nesta quarta-feira (6), a Polícia Militar confirmou que se tratava de um agente da corporação.
As cenas do vídeo são do protesto, que aconteceu na última segunda-feira (4), e reuniu alunos do Colégio Estadual Robinho Martins de Azevedo, em Goiânia.
Na imagem é possível ver o homem puxando a cadeira das mãos de um jovem e apontando a arma. Em seguida, o indivíduo pega a cadeira e sai de perto do adolescente. Em outro trecho do vídeo, alunos questionam o homem sobre ser policial militar. Nesse momento, ele coloca a mão na lente da câmera.
Inicialmente, as cenas foram compartilhadas no Facebook pela página "Secundaristas em Luta", administrada pelos alunos. Nela, os estudantes reclamam da "forte repressão durante a manifestação" e que o policial armado, sem farda, "ameaçou atirar várias vezes caso não fizessem a sua vontade". Os alunos relataram ainda que o mesmo policial roubou a câmera de um dos estudantes.
Em nota, a PM informou que "após investigações, restou constatado que o indivíduo que porta arma de fogo nas imagens é um policial militar". A corporação disse ainda que ele será encaminhado para a Corregedoria da PMGO e que "será instaurado um processo administrativo disciplinar para apurar as devidas responsabilidades".
A Secretaria de Segurança Pública não se manifestou sobre o episódio. Informou apenas que a PM que está cuidando do assunto.
Implantação das OSs
Nesta última quarta-feira (6), a Seduce (Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte) do Estado publicou o chamamento público para as organizações sociais, que irão administrar 23 escolas estaduais.
No mesmo dia, estudantes realizaram novo "cadeiraço" até a sede da pasta. Os estudantes são contrários a implantação do modelo porque acreditam que o projeto irá precarizar a carreira dos professores e dar fim a gratuidade do ensino público.
A secretaria rebate ressaltando que a escola "permanecerá pública e gratuita" e que o novo modelo "não vai alterar os direitos dos professores e servidores".
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