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Calouro da UnB é internado com suspeita de ingerir soda cáustica em trote

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/04/2016 15h46

A UnB (Universidade de Brasília) investiga se um calouro do curso de gestão do agronegócio ingeriu uma bebida misturada com produto químico corrosivo em um trote que ocorreu há pelo menos 15 dias, no campus de Planaltina. O estudante Pedro Henrique Simões Ribeiro, 18, está internado desde terça-feira (5) no Hospital Brasília, no Lago Sul. De acordo com o laudo médico obtido pelo UOL, o aluno apresentou erosões maiores de 0,5 cm no esôfago.

Segundo a família, que preferiu não falar com a imprensa, Simões está bem e realizando exames. Não há previsão para alta médica. O trote, que é proibido pela universidade, teria sido realizado em um bar próximo ao campus. A família acredita na relação entre o trote e a erosão no esôfago, já que desde então ele tem passado mal.

A decana de assuntos comunitários da UnB, Thérèse Hofmann, informou que a instituição está em contato com os pais para buscar as informações adequadas, para verificar se existe alguma relação com a participação do estudante no trote.

"Posso afirmar que toda a direção está empenhada. Temos que investigar todas as afirmações. Afinal, temos o relato apenas desse aluno. De qualquer forma, a UnB repudia qualquer tipo de trote. É extremamente proibido", afirma. Segundo ela, uma reunião com os estudantes do curso para discutir o assunto será marcada nos próximos dias.

A decana também informou que comprovado que o fato tem relação com o trote realizado, mesmo fora do campus, será aberto um processo disciplinar contra os responsáveis. Eles também podem ser acusados criminalmente.

De acordo com o laudo médico, o estudante foi diagnosticado com esofagite erosiva grave e gastrite endoscópica.

Um aluno do curso que participou do trote, disse que nenhum calouro foi obrigado a ingerir bebida alcoólica. "Bebeu quem quis. O curso de gestão do agronegócio sempre foi sério e íntegro. Seria loucura acrescentar algum material corrosivo nas bebidas. Isso é crime e pode até matar. Nenhum outro aluno passou mal", disse um aluno que preferiu não se identificar.