"Estudantes vão passar a noite na Assembleia", diz líder estudantil
Mesmo sem comida, os estudantes pretendem passar a noite no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo. A declaração é de Camila Lanes, presidente da Ubes (Associação Brasileira de Estudantes Secundaristas) e uma das lideranças do movimento estudantil que na tarde desta terça-feira (3) ocupou o local.
"Só deixaremos o plenário da Casa depois que for aberta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar desvios de dinheiro na 'Máfia da Merenda'”, afirmou.
De acordo com Lanes, entre 100 e 120 estudantes participam da ocupação. A Polícia Militar do Estado de São Paulo acompanha o protesto do lado de fora. Até o momento, houve apenas um pequeno confronto, quando estudantes fizeram uma barreira com cadeiras para impedir o acesso da PM ao plenário.
“Estamos aqui, já com as barracas prontas, motivados pelo silenciamento da Alesp sobre o caso”, disse. Para ela, a Assembleia não quer pautar o assunto porque seu presidente, Fernando Capez (PSDB), é um dos principais envolvidos no "Merendão".
Lanes diz que o grupo está preparado para passar a noite no plenário e que ainda não houve negociação para a retirada dos estudantes. Se vier a ocorrer, seu posicionamento é claro: deixarão o local apenas com CPI instalada. “Só não temos comida, por enquanto”.
A ocupação aconteceu por volta das 18h desta terça-feira. Carina Vitral, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), também está presente no protesto. Os estudantes gritam palavras de ordem como “ocupar e resistir” e já promoveram sessão simbólica, na qual votaram pela abertura da CPI da merenda.
O deputado Fernando Capez havia prometido ainda na noite de terça-feira (3) conceder uma entrevista coletiva para falar sobre a ocupação e as acusações dos estudantes.
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