"Peguei meu vale-refeição e comprei alimentos", diz mãe de aluna de Etec
O Centro Paula Souza, em São Paulo, chegou nesta quinta-feira (5) ao seu oitavo dia de ocupação por parte de estudantes que protestam contra a chamada "Máfia da Merenda". Mas quem está do lado de fora faz questão de manifestar seu apoio aos alunos.
É o caso dos pais dos estudantes. Desde o início da ocupação no dia 28, um grupo se reveza para garantir alimentação aos acampados.
Uma das mães, que se identificou apenas como Cris, integra a equipe de pais que dá apoio aos estudantes. Sua filha S., de 15 anos, é uma das jovens da ocupação.
"Sempre que posso, faço parte do apoio. Peguei meu vale-refeição e comprei alimentos - frios, pães, frutas", contou Cris.
Sua filha S. faz parte da ocupação desde o primeiro dia, mas chegou a sair do Centro Paula Souza sentindo fortes dores de cabeça. Recuperada, retornou ao prédio na Rua dos Andradas, na região central de São Paulo.
De fora, Cris conversa com a filha pelo portão. Na manhã desta quinta-feira (5) registrava com um celular a presença da filha em um grupo que cantava palavras de ordem contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
"Eu não incentivo a ocupação. O que eu incentivo minha filha é a ser justa e ao bem comum. A gente conversa muito em casa", conta Cris. "Minha preocupação é com as autoridades."
Reintegração
Os estudantes deveriam deixar o Centro Paula Souza na manhã desta quinta-feira, até as 10h. Entretanto, segundo os próprios estudantes, a reintegração de posse do prédio foi remarcada para as 14h.
Para Cris, a presença da Polícia Militar na ação é uma preocupação dos pais.
"Estive aqui quando a Tropa de Choque veio de maneira truculenta. Existe a preocupação pela pressão psicológica", disse a mãe de S., temendo pelo que chamou de "aprendizado distorcido" da filha. "Isso me causa muito desconforto. Mexe com a nossa inteligência", completou.
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