"Foi uma aula de democracia", diz Capez sobre reintegração da Alesp
Uma aula de democracia-- é assim que o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Fernando Capez, define a maneira como a Casa tratou a ocupação feita por estudantes.
"Mantivemos contato com os estudantes, apesar de não concordarmos com os métodos", disse Capez em coletiva na tarde desta sexta (6). "Foi um sucesso a desocupação. Não precisamos recorrer à força e os estudantes desocuparem voluntariamente."
Segundo ele, o protesto dos estudantes que paralisou os trabalhos desde o final do dia 3 "atrapalhou essa semana de trabalho".
Tivemos conversa com eles, eles pediram direito de dar coletiva e pediram audiência pública para discutirmos a questão da merenda. A maneira que assembleia tratou essa ocupação foi uma aula de democracia
Fernando Capez, presidente da Alesp
Os estudantes reivindicam a instauração da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da merenda-- para averiguar as denúncias de um esquema na compra de lanche para as escolas estaduais de São Paulo. Capez é um dos citados na denúncia.
Segundo Capez, "o que não pode é parecer que a ocupação motivou crescimento do número de assinaturas". Ele explica que, mesmo se conseguirem as assinaturas, não é possível acumular mais de seis CPIs na casa-- ou seja, a CPI da merenda só seria instaurada se se ele der preferência, o que prometeu fazer.
Estudam falam em "truculência econômica"
Os estudantes que ocuparam a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) na última terça-feira (3) decidiram deixar o prédio hoje.
A desocupação foi marcada para as 16h, pouco menos das 24 horas, prazo determinado pela Justiça.
Segundo eles, houve "truculência econômica"-- a decisão judicial determinava multa de R$ 30 mil reais por estudante a cada dia de descumprimento da ordem. Eles discursaram em jogral no Plenário Juscelino Kubitschek.
A bancada do PT concedeu coletiva também e declarou apoio ao movimento dos estudantes. "Nossa bancada deu total apoio à ocupação para fortalecer nossa posição de abertura da CPI", afirmou o deputado estadual José Zico Prado (PT).
O PSOL também se pronunciou: "Nós tomamos decisão hoje que em respeito aos estudantes, vamos obstruir todas as votações enquanto a CPI não for instalada", disse o deputado Carlos Giannazzi (PSOL).
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