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Reunião entre professores em greve e governo termina sem acordo no RS

16.mai.2016 - Alunos ocupam escolas estaduais em protesto contra más condições do ensino e em prol da greve dos professores - José Carlos Daves/Futura Press/Estadão Conteúdo
16.mai.2016 - Alunos ocupam escolas estaduais em protesto contra más condições do ensino e em prol da greve dos professores Imagem: José Carlos Daves/Futura Press/Estadão Conteúdo

Lucas Azevedo

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

17/05/2016 15h10

Uma reunião entre professores grevistas e o governo do Rio Grande do Sul terminou sem acordo na manhã desta terça-feira (17), em Porto Alegre. A ausência do governador José Ivo Sartori foi criticada pelos trabalhadores.

Os docentes exigem reajuste salarial imediato de 13,01%, referente a 2015, e 11,36%, a 2016. Segundo eles, no RS o piso nacional do magistério está defasado em 69,44%.

Conforme o secretário interino da Educação, Luis Antônio Alcoba de Freitas, o Estado ainda não possui condições de atender as exigências dos servidores, que estão paralisados desde essa segunda e sem data para retornar ao trabalho.

“Ouvimos a pauta dos professores, analisamos item a item e algumas coisas foram encaminhadas. Mas nós ainda não temos condições de finalizar algumas questões devido à situação crítica do Estado. Eles nos cobraram respostas e nós vamos dar, mas não podemos criar falsas expectativas”, explicou Freitas.

“Não queremos ouvir intenções, queremos propostas concretas. O tempo que levará para termos uma nova audiência demonstrará o interesse do governo em resolver a greve dos educadores e as ocupações das escolas. Nossa mobilização só aumenta e conta, cada vez mais, com o apoio de toda a comunidade escolar. Agora, está nas mãos do governo”, ressaltou a presidente do Cpers – o sindicato da categoria -, Helenir Aguiar Schürer.

Mais cedo, houve início de tumulto na entrada para a reunião, que ocorreu na sede Secretaria da Educação. Um grupo de manifestantes ficou do lado de fora do prédio e tentou a entrada à força, mas foi impedido por seguranças do local.

Do lado de dentro, Freitas e o chefe da Casa Civil do RS, Márcio Biolchi, estiveram reunidos com representantes do sindicato e um grupo de cerca de 20 docentes.

Segundo Freitas, a situação é de greve e, por isso, permanece o ponto cortado. Entretanto, ele salienta que a situação não é definitiva e que pode ser revista, caso haja consenso em recuperação dos dias perdidos.

Escolas ocupadas

A tomada de escolas por estudantes no RS continua crescendo. Nesta terça-feira, 29 instituições amanheceram ocupadas em protesto por melhorias na educação e na infraestrutura dos prédios. Em Porto Alegre, 13 colégios estão ocupados.

Pelo Estado, outras sete cidades registram movimentos semelhantes. São elas: Rio Grande, Caxias do Sul, Canguçu, Guaporé, Passo Fundo, Pelotas e Viamão.