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Alunos ateiam fogo no cabelo de professora durante aula no interior de SP

Wagner Carvalho

Colaboração para o UOL, em Bauru

31/05/2016 18h35

Dois adolescentes foram conduzidos até a delegacia de polícia de Igaraçu do Tietê, 289 km de São Paulo, após atearem fogo no cabelo de uma professora dentro da sala de aula. O fato ocorreu na noite dessa segunda-feira (30).

A vítima relatou no boletim de ocorrência, registrado pela Polícia Militar, que estava corrigindo uma lição no caderno dos alunos quando os meninos- um de 15 e outro de 16 anos-, passaram por trás dela com um isqueiro e atearam fogo em seu cabelo. A professora, que já leciona na Escola Estadual José Conti há mais de 20 anos, teve sua identidade preservada pela direção para evitar novos constrangimentos.

A vítima contou que começou a sentir um forte cheiro de queimado e foi alertada pelos demais alunos de que seu cabelo estava pegando fogo. Como eles ainda estavam molhados, o fogo não alastrou rapidamente e foi apagado pela própria professora.

Ao ser procurada pela reportagem, ela informou que prefere não dar entrevistas. Apenas, disse estar bastante abalada e que não sabe quando terá condições de voltar para a sala de aula. 

Conhecida por ser exigente, ela disse aos policiais acreditar que esse tenha sido o motivo da “brincadeira” de mau gosto dos estudantes.

A Polícia Militar foi acionada junto com o Conselho Tutelar que, após entrar em contato com os pais dos alunos, acompanhou a condução deles até a delegacia.

O caso foi registrado com ato infracional e os alunos foram suspensos das aulas, mas a diretoria da escola não quis dizer por quanto tempo. O Conselho Tutelar da cidade se limitou a informar que os alunos foram advertidos e que providências estão sendo tomadas.

Por meio de nota, a Diretoria Regional de Ensino de Jaú, responsável pela unidade escolar onde o fato ocorreu, lamentou o caso de agressão. Uma reunião do Conselho Escolar será realizada na quarta-feira para definir as medidas que serão adotadas.

Para Suzi da Silva, diretora estadual da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), o caso é visto com muita preocupação. “Faz muito tempo que os professores estão acuados nas salas de aula e sendo vítima de ações de vandalismo e agressões de alunos”, afirma.