Polícia Civil de MG investiga estupro coletivo em encontro de estudantes
A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para investigar um caso de estupro coletivo de uma jovem de 19 anos durante o II Encontro Mineiro dos Estudantes do Campo de Públicas, realizado no fim de semana passado na cidade de Bom Despacho (156 km de Belo Horizonte). O evento conta com palestras e debates sobre gestão pública.
Segundo a investigação, três pessoas teriam abusado da jovem. Os suspeitos foram identificados e intimados a depor. Entretanto, a assessoria da Polícia Civil adiantou que os nomes e a datas dos depoimentos não serão divulgados. A alegação é que se trata de uma medida de segurança.
De acordo com a polícia, um boletim de ocorrência sobre o caso foi feito nessa quinta-feira (8) em Belo Horizonte. A demora no registro se deu em razão do abalo psicológico sofrido pela moça, cuja família já registrara outro caso de estupro contra uma parente dela.
Os suspeitos têm idades entre 24 e 25 anos e são ex-alunos da Fundação João Pinheiro, localizada na capital mineira, e funcionários públicos estaduais. Um dos acusados teria sido palestrante durante o evento. A jovem é estudante da fundação.
Bebida alcoólica
Conforme a polícia, no sábado (4), a vítima havia ficado com um dos rapazes em uma festa de confraternização na qual ingeriu bebida alcoólica. Em dado momento, ela foi até o quarto dele, situado nas dependências do Sesc Bom Despacho, local da realização do encontro estudantil e onde participantes ficaram alojados. A jovem afirmou ter ficado desacordada em razão do consumo de álcool. Neste momento, teriam ocorrido os abusos com a participação dos outros dois suspeitos.
A moça contou ter acordado e, apesar do choque, conseguiu se desvencilhar dos homens e deixou o quarto. Um casal que estava em corredor de acesso ao recinto foi ouvido na condição de testemunha.
A delegada responsável pelo caso informou que a jovem passou por exame de corpo de delito e aguarda o resultado.
Por meio de uma rede social, a jovem desabafou e disse ter sido atacada quando estava em uma “situação vulnerável, inconsciente”.
“Fui surpreendida por essa situação terrível, em que estava diante de um homem que acreditou que poderia fazer sexo com uma pessoa na situação em que eu estava”.
Em outro trecho, a jovem afirmou sentir uma dor intensa que “tortura a minha mente a todo tempo”.
No entanto, apesar do trauma, a moça afirmou querer a punição dos culpados, mas disse também preferir o anonimato para preservar a sua intimidade.
Em nota, a Fundação João Pinheiro disse repudiar “quaisquer atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes” contra membros da instituição.
Em outro trecho, a fundação afirmou ter iniciado “os procedimentos cabíveis para apoio à vítima”.
“Os fatos, que envolvem servidores especialistas em políticas públicas e gestão governamental lotados em secretarias do governo do Estado, já estão sendo apurados pelos órgãos competentes para punição dos envolvidos”.
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