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Polícia de Minas Gerais indicia dois por estupro em congresso estudantil

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

06/07/2016 21h20

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou dois homens acusados de terem estuprado uma estudante de 19 anos durante um congresso estudantil realizado na cidade de Bom Despacho (156 km de Belo Horizonte).

Após a conclusão do inquérito, a polícia não indiciou um terceiro suspeito de ter participado do crime, que teria ocorrido no dia 4 do mês passado, durante o II Encontro Mineiro dos Estudantes do Campo de Públicas. Como o caso corre em segredo de Justiça, os homens não tiveram os nomes divulgados.

"Dois suspeitos foram indiciados pelo crime de estupro de vulnerável em concurso de pessoa, ou seja, os dois podem responder pelo crime, e assédio sexual", informa nota emitida pela assessoria da corporação.

Conforme o texto, a participação dos indiciados teria ficado comprovada com base em depoimentos dos suspeitos, da vítima e de testemunhas, além de "outros procedimentos investigativos", mas que não foram detalhados pela polícia. 

Funcionários públicos

Os suspeitos têm idades entre 24 e 25 anos e são ex-alunos da Fundação João Pinheiro, situada em Belo Horizonte, e funcionários públicos estaduais. Um dos acusados teria sido palestrante durante o evento.

A jovem, que teve a identidade preservada pelos policiais, é estudante da fundação e fez o boletim de ocorrência, no dia 8 do mês passado, na companhia dos pais.

Segundo a polícia, no sábado (4 de junho), a vítima havia ficado com um dos rapazes em uma festa de confraternização, na qual disse ter ingerido bebida alcoólica.

Em dado momento, a moça contou ter ido até o quarto dele, situado nas dependências do Sesc Bom Despacho, local da realização do encontro estudantil e onde participantes ficaram alojados.

A jovem afirmou ter ficado desacordada em razão do consumo de álcool. Neste momento, teriam ocorrido os abusos com a participação do outro suspeito.

Ao acordar, ela disse que, mesmo em choque, conseguiu se desvencilhar dos homens e deixou o quarto. Um casal que estava em corredor de acesso ao recinto foi ouvido na condição de testemunha.

Em nota, a Fundação João Pinheiro havia revelado repudiar "quaisquer atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes" contra membros da instituição. A fundação informou ter iniciado "os procedimentos cabíveis para apoio à vítima".

"Os fatos, que envolvem servidores especialistas em políticas públicas e gestão governamental lotados em secretarias do governo do Estado, já estão sendo apurados pelos órgãos competentes para punição dos envolvidos", diz a nota.

A Controladoria-Geral do Estado informou que abriu sindicância para apurar o caso.