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Estudantes desocupam prédio da reitoria da Unicamp, mas permanecem em greve

Thiago Varella

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

07/07/2016 09h06

Os estudantes que ocupavam a reitoria da Unicamp, em Campinas (SP), deixaram o prédio por volta das 5h desta quinta-feira (7). No total, o grupo, que continua em greve, permaneceu na administração da universidade por 59 dias. 

A decisão de desocupar a reitoria ocorreu na tarde de quarta-feira (6) em uma assembleia. Os alunos só decidiram sair do prédio depois que o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, se comprometeu, em um documento, que iria garantir as conquistas do movimento dos estudantes e que os processos de punição de possíveis abusos seriam públicos.
 
Os estudantes ocuparam a reitoria em protesto contra os cortes de verbas de R$ 40 milhões anunciados pela administração da universidade, por mais moradias estudantis e pela implementação de um sistema de cotas raciais.
 
Na quarta-feira, após a decidirem desocupar a reitoria, os estudantes fizeram um mutirão de limpeza do prédio. Segundo nota publicada na página Ocupa Tudo Unicamp, no Facebook, os alunos não querem sobrecarregar o trabalho de quem vai limpar o local depois. 
 
"Sabemos muito bem de que gênero e cor são as pessoas que vão ter que limpar o lugar depois que sairmos, então vamos tentar deixar o máximo que conseguirmos de organização para não sobrecarregar as terceirizadas", diz a nota.
 
Na manhã desta quinta-feira, a assessoria de imprensa da Unicamp afirmou que os manifestantes estariam planejando uma entrega formal do prédio para a administração da universidade ainda durante a manhã desta quinta. 
 
Somente depois da entrega da reitoria, a Unicamp irá fazer uma vistoria para constatar possíveis danos no prédio.
 
Apesar da desocupação, os estudantes afirmam que ainda estão em greve. Quando começaram a deixar o prédio da administração da Unicamp, cerca de 100 estudantes fizeram uma passeata até o Diretório Central Acadêmico.
 
Na manhã de sexta-feira (8), está marcado um ato em frente à Catedral Metropolitana de Campinas, no centro da cidade. Segundo os estudantes, será uma aula pública organizada junto com alguns professores do Instituto de Educação da Unicamp.
 

Trabalhadores permanecem em greve

Em assembleia realizada na última terça-feira (5), os trabalhadores da Unicamp decidiram continuar com a greve que já dura 46 dias. Eles pedem reajuste salarial de 12,3%. O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) propôs aumento de apenas 3%.
 
Na assembleia, os grevistas também decidiram pela intensificação das atividades conjuntas com os estudantes da Unicamp. Além disso, os trabalhadores deram prazo até segunda-feira (11), para que a reitoria marque uma reunião para discutir a pauta de reivindicações.