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Crianças 'copiam' colega vítima de acidente e usam máscara em escola do TO

Solidariedade para ajudar colega - Colégio Adventista de Gurupi
Solidariedade para ajudar colega Imagem: Colégio Adventista de Gurupi

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

24/08/2016 10h54

Alunos do 4º ano A do Colégio Adventista de Gurupi, na região sul do Tocantins, estão usando máscaras dentro nas salas de aula desde a última semana. Pode parecer estranho para alguns, mas a decisão foi por uma boa causa.

Junto com a professora Andreia Ramalho, as crianças decidiram apoiar – e “copiar” - uma colega de classe, que se recupera de um grave acidente automobilístico. A menina de nove anos teve o rosto machucado e, por recomendação médica, usará uma máscara para proteger a pele do sol até a cicatrização.

“Estávamos preocupados com a reação dos colegas para ela não sofrer bullying, mas confiei no que a professora falou, que a minha filha não seria exposta. Deixei-a na escola com a máscara na mão, sem fixar no rosto. Pouco tempo depois, recebi uma foto da turma e, para minha surpresa, todos estavam usando máscaras iguais à dela. Fiquei emocionada, pois todos abraçaram a causa”, afirmou a mãe, que pediu para não ser identificada na matéria para preservar identidade da criança.

Ela acrescenta que a filha não está mais com medo de ir à escola e está feliz em poder voltar às atividades.

Alunos do 4º ano A do Colégio Adventista de Gurupi, na região sul do Tocantins, solidariedade, máscara para proteger a pele do sol  - Colégio Adventista de Gurupi - Colégio Adventista de Gurupi
Imagem: Colégio Adventista de Gurupi

Segundo a professora, a ideia foi mesmo encorajar a estudante a continuar o tratamento e a frequentar as aulas sem receio de se tornar alvo de bullying.

A máscara é usada nas aulas de educação física e no horário do recreio. Durante as demais aulas, os alunos a colocam na cabeça e levantam a parte do tecido no rosto, do mesmo jeito que a aluna faz.

A orientadora do colégio, Janilce Borges de Oliveira, contou que as próprias crianças confeccionaram as máscaras em conjunto com a professora.

“Essa decisão partiu deles para a menina não se sentir diferente. A prática da nossa escola é trabalhar os valores humanos. No início, alunos de outras turmas observaram as máscaras de forma natural e acharam até que era uma brincadeira da turma. As crianças se moveram para mostrar amizade, solidariedade e companheirismo”, contou Oliveira. A turma tem 26 alunos com idades entre 9 e 10 anos.