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"Excluí meu Facebook por causa do Enem", conta jovem vestibulanda

Manuela, Pedro (em pé) e Hiran durante uma pausa nos estudos - Bruna Souza Cruz/UOL
Manuela, Pedro (em pé) e Hiran durante uma pausa nos estudos Imagem: Bruna Souza Cruz/UOL

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

24/10/2016 06h00Atualizada em 16/06/2020 03h48

Se afastar das redes sociais foi uma das estratégias adotadas por Manuela Marques De Maria Mangia, 19, para se preparar para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), principalmente agora que faltam duas semanas para a realização das provas - marcadas para os dias 5 e 6 de novembro.

Ela adotou a mesma prática que Bruna Solitito, que passou em 1º lugar em medicina na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), mesmo sem conhecer a paulista.

Há dois anos eu não sei o que é Facebook, nem sinto falta Manuela Mangia

Por coincidência uma das preferências de Manuela é a Federal do Rio Grande Sul, mas o curso escolhido é direito. Ela também tem na mira direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Ambas as universidades integram o Sisu (Sistema de Seleção Unificado), que seleciona estudantes por meio do Enem.

"Eu perdia muito tempo com discussões bobas lá [nas redes sociais] que não iriam me ajudar em nada a passar na faculdade. Por isso, excluí. Foi melhor assim", explica.

Com média de 11 horas diárias de estudo, incluindo as aulas, Manuela não tem muito tempo para navegar nas redes sociais.

"Eu não funciono com elas nem para estudar. Sou melhor com professor falando, caderno, caneta e raça", brinca a estudante do Curso Objetivo, em São Paulo.

Ela também tentará USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) e Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

Não uso muito nem o WhatsApp. Mas cada pessoa tem a própria forma de estudar Pedro Siqueira

Válvula de escape

Pedro Henrique Siqueira e Hiran Dalvi Siveira, ambos com 19 anos, concordam com a amiga Manuela. Para eles, o foco precisa ser 100% na preparação para passar nos vestibulares.

"Essa é a realidade agora. Não uso muito nem o WhatsApp [aplicativo de troca de mensagens]. Mas cada pessoa tem a própria forma de estudar", diz Pedro, que deseja economia na USP ou no Insper (Instituição de Ensino Superior e Pesquisa).

"É preciso mesmo se conhecer bem para saber o que é melhor para você", afirma Hiran, que quer fazer engenharia biomédica na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) ou na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

Manter a tranquilidade nessa reta final também faz parte da estratégia dos amigos para enfrentar a maratona de provas.

Para isso, eles pretendem nos próximos dias continuar a prática de atividades físicas e conciliar os estudos com algo que seja prazeroso.

"Por não ser o meu primeiro ano de cursinho e já ter feito três [edições do] Enem, tenho reagido mais friamente, mais estratégica para ir melhor. Ficar nervosa não vai adiantar. Vou continuar treinando e confiando em mim. Acho que isso vai contar muito na prova", diz Manuela. A jovem joga tênis, que é, segundo ela, sua distração favorita.