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Artesanato, bate-papo, caminhadas: as receitas de mães na espera por filhos que fazem Enem

6.nov.2016 - Na PUC de Curitiba, Durvalina Catarina dos Santos (ao centro), 53, e Núbia Stoco, 52, que também levou a filha para fazer a prova, fazem crochê e batem papo - Lucas Pontes/UOL
6.nov.2016 - Na PUC de Curitiba, Durvalina Catarina dos Santos (ao centro), 53, e Núbia Stoco, 52, que também levou a filha para fazer a prova, fazem crochê e batem papo Imagem: Lucas Pontes/UOL

Rafael Moro Martins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

06/11/2016 15h33

“Acho que fico aqui até às 19h. Ela sempre usa o tempo até o final”, conforma-se a advogada Núbia Stoco, 52, se referindo à filha, Caroline, 18, que presta o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no campus da PUC-PR no Prado Velho, em Curitiba.

Não que a espera a desagrade, ou que não esteja preparada para fazer o tempo passar um pouco menos devagar. Núbia trouxe consigo uma toalha natalina, feita com pequenas contas plásticas, em que está trabalhando. Será a atividade das próximas horas.

Sentada ao lado dela, a dona de casa Durvalina Catarina dos Santos, 53, tem a companhia de uma filha Flávia ,15, na espera pela outra, Débora, 18, que faz o Enem. “[Enquanto ela faz a prova] Vamos dar uma volta [pelo campus], conversar, ir até a cantina. Não compensa ir até em casa”, disse ela, que vive no Capão da Imbuia, bairro da região leste de Curitiba a alguns quilômetros da PUC-PR.

Ontem, Débora, que busca vaga num curso preparatório para a Polícia Federal, saiu da prova às 16h30 –uma hora antes que Caroline, que pelo Enem tenta cursar engenharia elétrica. “Ela disse que estava bem fácil”, falou, orgulhosa, Durvalina. “Minha filha não quis ver a correção”, afirmou Núbia. “[Se tivesse visto] Ou desanima, ou fica animada demais”, explicou. “Hoje é que nos vamos ver.

Ouvindo toda a conversa, Flávia, aluna do segundo ano do ensino médio, aproveita para conhecer o clima do Enem, que fará ano que vem. “Quero estudar arquitetura”, disse.