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DF: Por conta da greve, alunos limpam escola para não ficarem sem aula

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL, em Brasília

25/11/2016 11h01

Por conta da greve dos servidores da limpeza no Distrito Federal, alunos de uma escola pública no Gama, região administrativa cerca de 34 km do centro de Brasília, realizaram um mutirão de faxina para não perderem as aulas. Os três mil trabalhadores da categoria estão de braços cruzados há pelo menos 15 dias. Eles garantem que estão sem receber o salário e o tíquete alimentação, referentes ao mês de novembro.

Nas imagens obtidas pelo UOL, estudantes do Centro de Ensino Médio 02 do Gama (CEM 02), lavam o pátio do colégio com mangueiras, vassouras, rodos e bastante sabão. Em um dos vídeos, um dos alunos mostra a situação precária dos banheiros e a sujeira dentro de uma das salas de aulas.

A estudante Gabrielle Araújo, 17, é estudante do segundo ano do ensino médio. A jovem, que participou do mutirão, conta que cerca de dez colegas decidiram se reunir e fazer um mutirão para limpar o local. Segundo ela, a sujeira e o mau odor estavam prejudicando a qualidade das aulas.

“Além de estar impossível de prestar atenção nos professores e na matéria estudada, havia a possibilidade de que as aulas fossem interrompidas ou diminuídas, como já havia acontecido. Para evitar a falta de aulas no fim do ano, nós decidimos nos juntarmos e limparmos a escola”, explica.

Em nota, a Seedf (Secretaria de Educação do Distrito Federal) garantiu que já realizou diversas reuniões com a categoria para que as empresas voltem a oferecer os serviços, sem que haja prejuízo no atendimento aos estudantes. Além disso, a pasta garantiu que já fez um repasse no valor de R$ 21 milhões para as instituições terceirizadas de vigilância, merenda e limpeza.

A Secretaria também informou que os serviços de conservação e limpeza, oferecidos pela empresa Juiz de Fora, estão com paralisações pontuais nas seguintes regionais: Núcleo Bandeirante, Guará, Gama, São Sebastião e Santa Maria. Ao contrário do que estudantes e diretores dizem, a pasta diz que nenhuma unidade escolar suspendeu as atividades.

Apesar do problema na escola em que estuda, a aluna Gabrielle considera a paralisação dos servidores justa. “Os servidores têm os seus direitos violados a partir do momento em que trabalham meses sem receber salário. O governador Rollemberg não fica sem receber, duvido que fica.”

A estudante também enfatiza que os mutirões serão realizados quando sempre houver necessidade devido ao período de provas e a preparação para vestibulares e o Enem.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados (Sindiserviços) quem trabalha em serviços gerais ganha R$ 1.052,20. O tíquete é de R$ 27,50 por dia trabalhado. Os funcionários afirmam que só vão voltar aos postos somente após o pagamento dos vencimentos em atraso.