Não há nenhuma hipótese de cancelar o Enem, diz ministro da Educação
Após a divulgação de relatório da PF (Polícia Federal) que aponta vazamento das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que a prova este ano não será cancelada. “Não há nenhuma hipótese de cancelar. Está totalmente descartado”, disse em entrevista à rádio BandNews FM na manhã desta sexta (2). O ministro avaliou ser desnecessário o cancelamento do Enem 2016 porque “são poucas pessoas que serão excluídas”. “Todos os envolvidos com o possível vazamento do conteúdo serão afastados e punidos, processados”, falou à rádio.
Na quinta (1º), o procurador da República Oscar Costa Filho, pediu o cancelamento do exame diante dos primeiros indícios logo após o exame, cuja primeira prova foi realizada em novembro --uma nova avaliação será aplicada neste fim de semana para os alunos que prestariam o exame em escolas ocupadas.
Ao menos dois candidatos tiveram acesso ao material, segundo o MPF (Ministério Público Federal) do Ceará). O tema da redação também teria sido vazado antes da aplicação do exame. A íntegra do relatório e peças do inquérito serão anexadas ao recurso do MPF que tramita no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE).
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pelo Enem, reagiu à denúncia e divulgou nota na qual desmente o MPF-Ceará. O órgão negou que houve vazamento do exame deste ano. "Os casos de tentativa de fraude identificados estão sob investigação e delimitarão a responsabilidade dos envolvidos. Não há indício de vazamento de gabarito oficial", diz o comunicado.
Costa afirmou que o esquema de venda de gabarito e fraude na prova está se ampliando com o passar dos anos: "[o que se percebe é que] está à disposição logística mais sofisticada".
À rádio, Mendonça Filho disse que o esquema foi descoberto em função da colaboração do ministério e do Inep, responsável pelo Enem, com órgãos de investigação, como o MPF e a PF, algo que, para ele, não ocorria em gestões anteriores. “Eles [os órgãos] têm agido juntos. Se fizer uma análise detalhada, no passado, fatos como esse talvez não fossem nem descobertos. Houve uma evolução no processo de apuração”.
Para o ministro, sempre haverá pessoas querendo levar vantagem. “O que nos cabe é combater”.
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