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Candidatos em BH se dividem quanto ao adiamento do Enem

A candidata Jéssica Lima, 20, questiona o adiamento do Enem por conta das ocupações - Rayder Bragon/UOL
A candidata Jéssica Lima, 20, questiona o adiamento do Enem por conta das ocupações Imagem: Rayder Bragon/UOL

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

03/12/2016 13h33

A candidata Jéssica Lima, 20 anos, é uma das pessoas que fará o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) neste final de semana. Por conta das ocupações e dos protestos contra contrários à PEC 55 e à reforma do ensino médio, em novembro passado, alguns locais de prova tiveram o exame cancelado na data oficial – 5 e 6 de novembro.

Para a jovem, que fará as provas na PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, no bairro Coração Eucarístico, na região noroeste de Belo Horizonte, ela discorda da necessidade do adiamento. Seu argumento é que durante as eleições municipais as escolas ocupadas tiveram as seções eleitorais funcionando na capital mineira.

“Eu acho que o [adiamento do] Enem foi usado como uma arma política contra as ocupações. Por exemplo, na eleição passada, havia as ocupações, mas as escolas foram usadas pelo TRE [Tribunal Regional Eleitoral] normalmente. Por que não podia ser feito da mesma maneira com o Enem?”, questionou a jovem, que pretende usar a nota do Enem para cursar sociologia ou história.

Mesmo contrária à mudança na data, a candidata acabou aproveitando o tempo a mais que teve para revisar o conteúdo.

Geovane Montalvão, 26, fez o mesmo. Segundo ele, que pretende fazer faculdade de arquivologia, a mudança de datas foi boa, pois ele teve um período extra para estudar. O jovem só não gostou a transferência do local de prova, que ficou “bem mais longe” de onde iria fazer anteriormente.

Fernanda da Silva, 23, tenta o Enem pela terceira vez. Para ela o adiamento foi negativo porque acredita que a prova deste final de semana possa ser exigente. Ela afirmou que já faz o curso de direito e pretende uma bolsa que lhe dê desconto na mensalidade.

Fabiana Ribeiro Santana Pires, 34, que também faz o Enem pela terceira vez, disse ter ficado frustrada com a mudança da data da prova. “Eu achei negativo porque o ideal seria que se fizesse o exame para todos, na mesma data, porque essa mudança cria uma expectativa e uma ansiedade maior. Acredito que o nível de dificuldade vai ser o mesmo, mas o adiamento criou uma expectativa indevida”, avaliou.