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DF: Após B.O. da mãe, polícia conclui que menino perdeu dentes no parquinho

Menino foi encontrado sem os dois dentes da frente dentro de escola pública no Distrito Federal - Reprodução/Facebook/Cinthia S. Santos de Almeida
Menino foi encontrado sem os dois dentes da frente dentro de escola pública no Distrito Federal Imagem: Reprodução/Facebook/Cinthia S. Santos de Almeida

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL, em Brasília

29/03/2017 23h04

A Polícia Civil do Distrito Federal concluiu na noite desta quarta-feira (29) que o menino de quatro anos que perdeu dois dentes da frente durante um dia de aula no Centro de Educação Infantil 1 do Riacho Fundo, na última sexta (24), se machucou enquanto brincava no parquinho. Inicialmente, o garoto teria dito à mãe que um “tio” puxara seus dentes dentro do banheiro.

Segundo o delegado-chefe adjunto da 29ª DP, Cristian Alvim, a conclusão é que a criança perdeu os dentes em decorrência de uma queda no escorregador. O menino chegou até a engoli-los. "Depois, ele se escondeu no banheiro na tentativa de esconder o acidente. A criança estava com medo de alguém brigar com ela", explica. 

O menino prestou depoimento, na presença de psicólogos, na tarde de terça-feira (28), após sua mãe, Cinthia Souza Santos de Almeida, 44, registrar um boletim de ocorrência contra a escola pública. Segundo o B.O., a mãe afirmou que seu filho estava trancado no banheiro da escola e, depois, foi encontrado por uma funcionária com a camisa ensanguentada e sem os dois dentes. Ela pediu explicações, mas como disse não ter recebido respostas, levou o garoto a um dentista. Segundo ela, o profissional concluiu que se tratava de uma extração intencional, e não uma pancada ou outro tipo de acidente.

A tese da polícia corrobora versão apresentada na terça-feira pela coordenadora regional de ensino do Núcleo Bandeirante, Francimar Moreira. "Havia 50 crianças no parquinho e duas professoras cuidavam deles. Um coleguinha viu a criança caindo e batendo a boca em um dos brinquedos, acreditamos que seja o escorregador. Como ele não relatou nada para as monitoras, todos voltaram para a sala normalmente”, declarou ela.

O diretor, o vice-diretor e mais duas crianças que estariam presentes no momento do acidente também foram ouvidos na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) com a presença de psicólogos da Polícia Civil. Segundo a corporação, todas as pessoas que podiam dizer algo sobre o fato já foram ouvidas. Portanto, o caso na esfera policial, está encerrado.

Retorno ao colégio 

A dona de casa Cinthia Souza Santos disse que ainda não foi informada oficialmente sobre a conclusão do inquérito policial. Mas adiantou que o filho vai retornar às aulas ainda essa semana. 

"Ele está traumatizado, não quer voltar para o colégio. Mas o que vou fazer? Não há nenhuma escola de ensino infantil por aqui perto. Fica muito difícil ter que ir para outra região", explica Cinthia. 

Apesar do resultado, a mulher pretende fazer uma manifestação em frente ao colégio para pedir mais segurança no local. O protesto está marcado para o dia 06/04, às 16h30. Por meio das redes sociais, a dona de casa convidou pais de outros alunos para participar. 

"Vamos exigir que todas as escolas de Educação Infantil e Creches do DF possam ser monitoradas por câmeras e que as imagens possam ser disponibilizadas aos órgãos de Proteção, Conselho Tutelar, e órgãos de investigação "Polícia Civil", em suspeita de negligência e maus tratos. Nossas crianças merecem segurança e respeito", diz um trecho da publicação no Facebook.