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Sem salário, professores da Uerj acampam em frente à sede do governo Pezão

Professores instalaram barracas e tendas no canteiro central da rua Pinheiro Machado, na zona sul do Rio, em frente ao Palácio Guanabara - Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo
Professores instalaram barracas e tendas no canteiro central da rua Pinheiro Machado, na zona sul do Rio, em frente ao Palácio Guanabara Imagem: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

17/05/2017 10h52

Cerca de 30 professores e alunos da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) acampam em frente ao Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense, para cobrar o pagamento de salários atrasados e bolsas estudantis que ainda não foram pagas pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

A mobilização começou na noite de terça (16) e perdurou durante a madrugada desta quarta-feira (17). Por volta das 6h, houve uma troca de turno entre os manifestantes.

O grupo instalou cinco barracas e duas tendas no canteiro central da rua Pinheiro Machado, onde está situada a residência oficial do governo do Estado do Rio. Segundo Guilherme Schneider, que integra a Asduerj (Associação de Docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), não houve registro de confusão --ele disse ter deixado a ocupação por volta das 6h.

A Polícia Militar chegou a aumentar o efetivo na região tão logo teve início a mobilização, mas o número de carros e de policiais foi diminuindo durante a madrugada. Na parte de dentro do Palácio Guanabara, que é cercado por grades permanentes em razão da onda de protestos iniciada em 2013, a segurança é feita por homens da Força Nacional de Segurança.

"Foi uma noite tranquila, tudo correu de forma harmoniosa. (...) Por causa das grades, você realmente não consegue ficar muito próximo do Palácio. Por isso, optamos pelo canteiro central, até para não atrapalhar o trânsito", relatou Schneider.

O grupo vem se organizando a fim de garantir os mantimentos necessários --comida, água, colchonetes, etc. "Cada um leva uma coisa para a gente aguentar com o mínimo de conforto", disse Schneider.

Às 14h desta quarta, os professores farão uma assembleia no local para deliberar sobre a continuidade ou não da ocupação. Até o momento, afirmou Schneider, não houve qualquer contato por parte do Executivo para dialogar sobre o movimento.

"As pessoas do Palácio estão cientes. A segurança, os funcionários, o governo, enfim, todo mundo sabe que nós estamos lá. Mas ninguém tomou iniciativa de falar alguma coisa."

Os professores da Uerj cobram, além de melhores condições de trabalho nas instalações da universidade, o pagamento do décimo terceiro de 2016 e do salário do mês de abril de 2017 para toda a categoria.

Em relação a março desse ano, alguns professores receberam na última sexta-feira (12), mas muitos não viram a cor do dinheiro --por conta de um erro no sistema da Secretaria de Estado de Fazenda, nem todos os servidores foram pagos.

Já os estudantes que apoiam o movimento cobram a quitação das bolsas em atraso.

A Uerj, que ficou paralisada por três meses neste, retomou os trabalhos em 10 de abril, mesmo tendo salários de professores em atraso.