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Mantido por Bolsonaro, Vélez diz que MEC está "100% alinhado" com Planalto

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez - Geraldo Magela/Agência Senado
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

12/03/2019 15h35Atualizada em 12/03/2019 16h12

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse hoje em sua conta no Twitter que o MEC (Ministério da Educação) está "100% alinhado" com o Planalto. 

"Estamos 100% alinhados com o Planalto e agora mais do que nunca focados na real mudança da educação no país e sempre ouvindo a voz de todos vocês. Seguiremos com a Lava Jato da Educação. #LavaJatoMEC", escreveu.

A manifestação de Vélez acontece em meio a uma crise por disputas internas no ministério. Desde a última sexta (8), servidores ligados ao escritor Olavo de Carvalho e à ala dos militares foram exonerados ou afastados de seus cargos.

Em meio à crise, houve expectativa de que o próprio Vélez pudesse ser demitido e substituído por outro nome indicado por Olavo de Carvalho, "guru" intelectual de Bolsonaro.

Mais cedo nesta terça, no entanto, o presidente afirmou que Vélez continuará no cargo e que os problemas no MEC estão resolvidos. À Folha, Bolsonaro disse que houve um "probleminha com o primeiro-homem" de Vélez --sem explicitar quem seria este "primeiro-homem".

Hoje, Carvalho usou as redes sociais para mandar um recado ao ministro. "Não quero derrubar ministro nenhum. Apenas apresentei pessoas, sem a menor pretensão de influenciá-las (sei que isto é inimaginável para o pessoal da mídia, para quem influenciar é orgasmo). O ministério é do Velez. Que o enfie no c*", escreveu.

Citada por Vélez em seu tuíte, a Lava Jato da Educação esteve no centro dos embates entre "olavetes" e militares no MEC. Segundo a pasta, a Lava Jato da Educação deve investigar suspeitas de fraude em gestões passadas, como em contratos do Prouni (Programa Universidade Para Todos) e supostas irregularidades na concessão de bolsas de ensino a distância e no sistema S.

Discípulos de Olavo de Carvalho acusaram o coronel Ricardo Wagner Roquetti, que ocupava um cargo de diretoria na secretaria-executiva da pasta, de "blindar" Vélez e atuar para empresários do ramo da educação, em uma suposta tentativa de interromper a Lava Jato da Educação. 

A pedido de Bolsonaro, Roquetti foi exonerado do cargo. Junto a ele, no entanto, outros cinco servidores foram demitidos --entre eles, dois alunos de Olavo de Carvalho: Silvio Grimaldo e Tiago Tondinelli, que eram, respectivamente, assessor e chefe de gabinete do ministro.