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Bolsonaro nega que Vélez, do MEC, tenha sido demitido

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, responde perguntas dos deputadores federais que compõem a Comissão da Educação  - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, responde perguntas dos deputadores federais que compõem a Comissão da Educação Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

27/03/2019 22h20

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi ao Twitter esta noite negar que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, tenha sido demitido.

A saída do ministro, à frente de um MEC paralisado por uma série de crises, demissões e recuos, havia sido divulgada pela jornalista Eliane Catanhêde na Globonews e chegou a ser compartilhada por perfis como o de Fernando Haddad (PT).

Bolsonaro publicou uma foto da TV com a notícia da demissão e falou em "fake news".

Minutos antes, a informação havia sido negada também pela Casa Civil ao UOL.

Mês de crise

Mais cedo, ao participar de audiência na Câmara dos Deputados, Vélez havia dito que o cargo é "um abacaxi", mas negou que o abandonaria.

"Muitos pediram para eu sair, mas não vou sair", disse.

Vélez Rodríguez está no centro de uma crise que se arrasta há pelo menos um mês no MEC.

Em fevereiro, o ministro se viu pressionado a recuar da decisão de pedir a escolas que filmassem alunos cantando o hino nacional.

Ontem, foi demitido o presidente do Inep, instituto responsável por avaliações como o Enem e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

A medida foi resposta a nova saia justa no MEC: a decisão (da qual Vélez recuou em seguida) de adiar a avaliação de crianças em fase de alfabetização.

Levantamento do jornal O Estado de S.Paulo contabiliza em seis os recuos da pasta neste início de governo, além de 15 exonerações.

Xadrez político

Vélez tem sofrido com disputas internas dentro de seu ministério que resultaram em uma série de exonerações de servidores ligados ao escritor Olavo de Carvalho e à ala dos militares foram exonerados.

Em meio à crise, houve expectativa de que o próprio Vélez pudesse ser demitido e substituído por outro nome indicado por Olavo de Carvalho, "guru" intelectual de Bolsonaro.