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Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e confirma Weintraub para comandar MEC

Gustavo Rampini/Lide
Imagem: Gustavo Rampini/Lide

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

08/04/2019 11h36Atualizada em 08/04/2019 13h17

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na manhã de hoje a demissão de Ricardo Vélez Rodriguez como ministro da Educação. Ele será substituído por Abraham Weintraub, que integrou o governo de transição. O anúncio foi feito por Bolsonaro em sua conta no Twitter, logo após participar de reunião com Vélez na manhã de hoje. A troca no comando foi oficializada em edição do Diário Oficial publicado uma hora depois.

"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao Prof. Velez pelos serviços prestados", postou o pesselista.

O novo ministro da Educação é economista formado pela USP (Universidade de São Paulo) e tem mestrado em administração em finanças pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Grande parte de sua carreira foi dedicada ao setor privado. Ele tem passagem pelo Banco Votorantim e corretoras financeiras.

Minutos depois de postar a indicação do economista no Twitter, Bolsonaro admitiu que errou ao dizer que Weintraub tinha doutorado ao anunciá-lo.

Abraham atuou junto ao irmão, Arthur, no governo de transição e vinha colaborando com a gestão Bolsonaro na tentativa de aprovar a reforma da Previdência

Abraham Weintraub será o novo ministro da Educação - Reprodução - Reprodução
Abraham Weintraub será o novo ministro da Educação
Imagem: Reprodução

Com o anúncio, Bolsonaro troca o seu segundo ministro em pouco mais de três meses no cargo. Gustavo Bebianno (PSL) deixou a Secretaria Geral de Governo e deu lugar ao general Floriano Peixoto.

Segundo o Planalto, Vélez foi ao encontro de Bolsonaro no Palácio do Planalto por volta das 10h. Vindo da direção da garagem privativa, seu carro foi estacionado na frente da sede do MEC às 11h e já sem a placa oficial designada aos titulares de pastas na Esplanada dos Ministérios.

Desde a semana passada, Bolsonaro afirmava que conversaria com Vélez hoje sobre a possibilidade da troca no comando. "Está bastante claro que não está dando certo. Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é coisa importantíssima", disse na sexta-feira em conversa com jornalistas.

Inicialmente, Vélez teria como agenda "despachos internos" ao longo do dia, mas não chegou a ir ao MEC às 9h, horário previsto para começar a trabalhar. A assessoria informou ao UOL que o ex-ministro estava em "agenda privada". Posteriormente, o Planalto confirmou a reunião com Bolsonaro e, em seguida, o presidente postou o anúncio no Twitter.

Vélez colecionou polêmicas em três meses

Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez vinha sofrendo críticas pela maneira como vinha conduzindo a pasta, em meio a disputas políticas internas, e por protagonizar medidas polêmicas junto à opinião pública.

Neste período, também houve uma série de trocas em cargos da cúpula do MEC e uma pressão do escritor Olavo de Carvalho, responsável por sua indicação, por mudanças. Mais de dez servidores deixaram a cúpula do ministério.

Segundo ministro a ser exonerado antes dos 100 dias de governo

Vélez é o segundo ministro a ser exonerado antes dos 100 primeiros dias do governo Bolsonaro, a serem completados na próxima quarta-feira (10). O primeiro foi Gustavo Bebbianno (PSL), ex-chefe da Secretaria-Geral da Presidência e um dos principais articuladores da campanha eleitoral do atual presidente.

Bebianno foi exonerado em 19 de fevereiro após divergências políticas com Jair Bolsonaro e sofrer ataques nas redes sociais de um dos filhos do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC).