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Novo ministro da educação tem 20 anos de atuação no setor financeiro

Abraham Weintraub fala durante encontro com os que eram cotados para serem ministros durante no gabinete de transição de Jair Bolsonaro, em dezembro de 2018 - Rafael Carvalho/Governo de Transição
Abraham Weintraub fala durante encontro com os que eram cotados para serem ministros durante no gabinete de transição de Jair Bolsonaro, em dezembro de 2018 Imagem: Rafael Carvalho/Governo de Transição

Mirthyani Bezerra*

Do UOL, em São Paulo

08/04/2019 12h38

O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que teve o nome anunciado hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para substituir Ricardo Vélez Rodriguez, não é um nome ligado à educação. Apesar de atuar como professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Abraham fez sua carreira no mercado financeiro, com mais de 20 anos de atuação no setor bancário, passando pela Quest Investimentos, Banco Votorantim e outras instituições.

Tanto Abraham como seu irmão, Arthur Weintraub, já atuam no governo Bolsonaro. Abraham ocupava o cargo de secretário-executivo da Casa Civil, pasta comandada por Onyx Lorenzoni (DEM). Ele também fez parte da equipe de transição após a eleição de Bolsonaro, sendo um dos responsáveis pela área da Previdência.

Abraham acompanhou o presidente na viagem internacional a Israel, no começo da semana passada, e compareceu à reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara sobre a reforma da Previdência, na quinta-feira (4).

O novo ministro da Educação já demonstrou simpatia pelas ideias do escritor Olavo de Carvalho, espécie de guru de Bolsonaro. Segundo a Folha de S. Paulo, Olavo foi consultado sobre a indicação do economista para a pasta.

Durante a Cúpula Conservadora das Américas, realizada em Foz de Iguaçu no ano passado, Abraham disse ser preciso combater o pensamento da esquerda, fazendo o que Olavo de Carvalho manda fazer. "Quando ele [um comunista] chegar para você com o papo 'nhoim nhoim', xinga. Faz como o Olavo de Carvalho diz para fazer. E quando você for dialogar, não pode ter premissas racionais", disse.

Na ocasião, ele também afirmou que é preciso vencer o marxismo cultural nas universidades e atuar para que o Brasil pare de "fazer bobagem".

Olavo de Carvalho usou seu Twitter para desejar sorte a Abraham Weintraub.

Abraham é formado em Ciências Econômicas pela USP (Universidade de São Paulo), e tem mestrado e MBA em fundos de investimento e finanças internacionais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Desde junho de 2014, atua como professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e atua como diretor Executivo do CES (Centro de Estudos em Seguridade). Ao contrário do que o presidente afirmou, o título de doutor não consta no currículo lattes do novo ministro.

Minutos depois de postar a indicação do economista no Twitter, Bolsonaro admitiu o erro na titulação do novo ministro.

Em nota divulgada pela Casa Civil, o ministro Onyx Lorenzoni afirmou que Abraham é um homem com uma "sólida formação", que conhece gestão e a iniciativa privada.

"Foi uma das pessoas que muito cedo acreditou na candidatura de Jair Bolsonaro. Foi junto com muitas outras pessoas, um dos formuladores do plano de governo de Bolsonaro e é uma pessoa muito importante nas tomadas de decisões de rumo do nosso governo", disse na nota.

Lorenzoni disse ainda que o Bolsonaro ganha "com um ministro capaz, um aliado leal, um administrador competente e honesto". "[Ele] sabe que a educação brasileira precisa ser transformada para verdadeiramente ser o caminho para que crianças e adolescentes possam construir uma vida melhor para si e para suas famílias", disse.

*Colaborou Luciana Amaral, do UOL, em Brasília

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