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"Seleção de belos nomes", diz Planalto sobre economista que chefiará MEC

Abraham Weintraub, novo ministro da Educação - Rafael Carvalho/Governo de Transição
Abraham Weintraub, novo ministro da Educação Imagem: Rafael Carvalho/Governo de Transição

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

08/04/2019 16h51

O porta-voz da Presidência da República, general Olavo do Rêgo Barros, afirmou hoje que o economista que assumirá o Ministério da Educação, Abraham Weintraub, saiu de uma "seleção de belos nomes".

"Foi uma questão gerencial. O presidente já comentou sobre isso. Ele entendeu que poderíamos melhorar a gestão do Ministério da Educação, que é tão importante para as concepções e os objetivos do governo", disse o porta-voz após evento no Planalto ao ser questionado sobre a exoneração de Ricardo Vélez Rodriguez da pasta. O anúncio da troca de comandante da pasta foi feito hoje, pelo Twitter, pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Por causa disso, fez uma seleção de belos nomes que existem dentro do amplo espectro da Academia nossa e selecionou o Abraham
general Olavo do Rêgo Barros, porta-voz do Planalto

Indagado sobre o perfil de Weintraub, Rêgo Barros disse que que os jornalistas poderiam analisar e avaliar, mas afirmou acreditar que o novo ministro é "muito preparado e tem, inclusive, gestão na área financeira".

Weintraub não é um nome ligado à educação. Apesar de atuar como professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o novo ministro fez sua carreira no mercado financeiro, com mais de 20 anos de atuação no setor financeiro, passando pela Quest Investimentos, Banco Votorantim e outras instituições.

Tanto Abraham como seu irmão, Arthur Weintraub, já atuam no governo Bolsonaro. Abraham ocupava o cargo de secretário-executivo da Casa Civil, pasta comandada por Onyx Lorenzoni (DEM). Ele também fez parte da equipe de transição após a eleição de Bolsonaro, sendo um dos responsáveis pela área da Previdência.

"Não há gota d'água"

O presidente Jair Bolsonaro participou de solenidade para sancionar a Lei do Cadastro Positivo. Mais cedo, ele anunciou pelo Twitter a exoneração de Vélez do posto de ministro da Educação e a indicação de Abraham Weintraub para o cargo.

Segundo o porta-voz, o momento da exoneração coube ao presidente avaliar. Ele negou ter havido um fator determinante para qe a demissão tenha ocorrido hoje.

"Não há gota d'água. Tudo o que fazemos no governo é com base em estudos", falou. Há cerca de 10 dias, Bolsonaro negou que demitiria Vélez. Na última sexta-feira (5), porém, indicou que poderia exonerar o agora ex-ministro.

"Carta branca"

Diante de brigas políticas internas entre seguidores do escritor Olavo de Carvalho e a ala militar do governo na gestão de Vélez, o ministério ficou praticamente paralisado e se envolveu em polêmicas, como o pedido para gravação e envio de vídeos de crianças cantando o hino nacional em escolas.

Weintraub é mais alinhado a Olavo do que aos militares. No entanto, sua indicação também pode ser vista como uma vitória do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O novo ministro era o secretário-executivo de Onyx na pasta e atua no governo de Bolsonaro desde a transição.

Rêgo Barros afirmou que Weintraub terá carta branca para compor sua equipe. "Como todos os ministros, o presidente autorizou e autorizará sempre que for necessário que seus ministros escalem seus recursos humanos", afirmou.