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Novo ministro da Educação troca militar por ex-secretário de Haddad em SP

Rafael Carvalho/Governo de Transição
Imagem: Rafael Carvalho/Governo de Transição

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

10/04/2019 16h11Atualizada em 10/04/2019 16h22

Um dia depois de assumir o comando do MEC (Ministério da Educação), o ministro Abraham Weintraub trocou a cúpula da pasta. O MEC anunciou hoje a escolha de um novo secretário-executivo -- o segundo cargo mais importante do ministério -- e dos responsáveis por áreas como educação básica e educação superior.

As nomeações ainda não foram publicadas no Diário Oficial da União, mas divulgadas no site do MEC. Dos seis nomes apresentados, apenas um deles tem experiência prévia com gestão em educação, segundo os currículos divulgados pelo próprio ministério.

A principal mudança é a saída do tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira da Secretaria-Executiva do MEC. Ele foi o quarto ocupante do cargo em pouco mais de três meses de gestão do antecessor de Weintraub, Ricardo Vélez Rodríguez. Vieira ficou pouco mais de 10 dias como número 2 do ministério.

O novo secretário-executivo será Antonio Paulo Vogel de Medeiros. Até hoje, Medeiros exercia a função de secretário-executivo adjunto do Ministério da Casa Civil e trabalhou em conjunto com o novo ministro, que era o número 2 da pasta.

27.mar.2013 - Antonio Paulo Vogel de Medeiros, novo secretário-executivo do MEC, quando era secretário adjunto da  Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico na gestão de Fernando Haddad (PT) como prefeito de São Paulo - Divulgação/TCM-SP - Divulgação/TCM-SP
27.mar.2013 - Antonio Paulo Vogel de Medeiros, novo secretário-executivo do MEC
Imagem: Divulgação/TCM-SP

Medeiros também foi secretário-adjunto de Finanças e Desenvolvimento Econômico na Prefeitura de São Paulo durante a gestão de Fernando Haddad (PT). Por ter integrado o gabinete do petista, a nomeação de Medeiros para a Casa Civil causou incômodo em dezembro entre aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Formado em Economia e Direito, Medeiros é servidor de carreira e trabalha no setor público há 20 anos, segundo o MEC. Passou pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, além de trabalhar na transição.

Além do novo secretário-executivo, cinco nomes foram anunciados. Veja a lista:

  • Rodrigo Cota: o novo secretário-executivo adjunto é servidor de carreira. Ocupou o mesmo cargo no Ministério do Planejamento e foi diretor no Ministério da Economia.
  • Janio Carlos Endo Macedo: assume a SEB (Secretaria de Educação Básica), que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Foi trazido da Secretaria Especial de Desburocratização. Antes, foi secretário-executivo do Ministério do Trabalho e assessor do Ministério do Planejamento. Também foi diretor de diferentes áreas no Banco do Brasil.
  • Arnaldo Barbosa de Lima Junior: vai comandar a Sesu (Secretaria de Educação Superior). O MEC o apresenta como "um dos autores da reforma do Fies", em 2017 -- uma das mudanças foi o fim da carência de 18 meses para os estudantes universitários começarem a pagar seus financiamentos após a conclusão do curso. Formado em Economia, atuou como conselheiro de empresas públicas. Hoje, é diretor de Seguridade na Funpresp-Exe (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo e membro do Conselho Nacional de Previdência Complementar).
  • Silvio José Cecchi: volta a dirigir a Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior), cargo que ocupou no governo de Michel Temer (MDB) em 2018. É o único dos anunciados hoje que tem alguma experiência como gestor em educação. Antes, foi diretor de pós-graduação da Anhanguera Educacional; diretor de Logística das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU-SP)
  • Ariosto Antunes Culau: assume a Setec (Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica). O economista é servidor de carreira do Ministério da Economia. Já foi secretário de Orçamento Federal, subsecretário de Assuntos Econômicos da Secretaria Executiva e secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda.

Além destas secretarias, o MEC tem mais duas, cujos titulares são os mesmos nomeados por Vélez.

Um deles é Carlos Nadalim, da Secretaria de Alfabetização, ligado ao escritor Olavo de Carvalho e que protagonizou polêmica ao pedir a suspensão da avaliação de alfabetização -- a medida, depois revogada por Vélez, levou Tania Leme de Almeida a pedir demissão da Secretaria de Educação Básica.

O outro é Bernardo Goytacazes de Araújo, que comanda a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação e foi aluno de Vélez. O departamento cuida da educação voltada para pessoas com deficiência.

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