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Ministro e Bolsonaro dizem que Enem não terá ideologia: "foquem na técnica"

Luciana Quierati

Do UOL, em São Paulo

25/04/2019 20h11

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que "questões ideológicas" ou, segundo ele, questões "muito polêmicas" não terão vez no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano. "Foquem mais na técnica de escrever, interpretação de texto, matemática e ciências, conhecimento científico", sugeriu o ministro.

Ao participar da live semanal de hoje do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Facebook, Weintraub disse que o exame vai refletir como deverá ser a educação no país partir de agora, pautada no desenvolvimento de novas habilidades profissionais.

Temos, sim, que melhorar a qualidade da educação. Estudem coisas sem direcionamento ideológico, como havia no passado
Abraham Weintraub, ministro da Educação

O presidente aproveitou o momento para dar um exemplo próprio e dizer o quão útil lhe foi ter feito, no passado, um curso técnico em consertos de aparelhos de televisão e geladeira.

"Se eu, hoje em dia, fosse exercer essa posição aí fora, poderia estar ganhando muito mais do que muita gente que tem curso superior", disse.

Weintraub afirmou que um novo alinhamento na área é necessário em respeito ao dinheiro pago pelo contribuinte brasileiro e que o Brasil hoje "está longe de seu potencial" devido ao modo como a educação foi tratada nos últimos 20 anos.

"O que é que a gente tem que ensinar para as crianças e os jovens? Primeiro, habilidades, de poder ler, escrever, fazer conta. A segunda coisa mais importante, um ofício, que gere renda para a pessoa, bem-estar para a família dela, que melhore a sociedade em volta dela", completou Weintraub.

O ministro também afastou o temor de que o Enem não venha a ser realizado neste ano, em referência a um problema com a gráfica que imprimia as provas e teve a falência decretada no começo do mês. "O risco de não ter Enem está totalmente afastado. Podem continuar estudando", disse o ministro.

Conforme noticiado no começo do mês pelo UOL, o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o Ministério da Educação (MEC) a contratar uma nova empresa para imprimir as provas do Enem deste ano.