Topo

Associação de pesquisadores planeja greve geral contra cortes na educação

Associação Nacional de Pós-Graduandos convoca greve geral e marcha no dia 2 de outubro - Divulgação
Associação Nacional de Pós-Graduandos convoca greve geral e marcha no dia 2 de outubro Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

18/09/2019 12h42

Pesquisadores planejam realizar uma marcha em Brasília e uma greve geral no dia 2 de outubro contra cortes de bolsas de pós-graduação e no orçamento das entidades de fomento à pesquisa. O movimento é convocado pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) contra o que chamou de "destruição do patrimônio educacional e científico brasileiro".

"A ANPG, em conjunto com trabalhadores da ciência e tecnologia, convoca os pós-graduandos, pesquisadores, professores e demais setores da sociedade civil a se somarem à Greve Geral da Pós-Graduação e da Ciência e Tecnologia e à Marcha à Brasília, no próximo dia 02 de outubro", diz o comunicado no site da entidade.

No início deste mês, o Ministério da Educação anunciou o corte de metade do orçamento da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), responsável por manter a maior parte das bolsas de mestrado e doutorado no País. Para 2020, foram reservados somente R$ 2,2 bilhões para a instituição frente os R$ 4,3 bilhões previstos neste ano.

Logo em seguida, a Capes anunciou o corte de 5.613 bolsas de pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado no país a partir deste mês, visando uma economia de R$37,8 milhões para 2019 ao governo. Ao todo foram cortados 11.811 benefícios este ano.

Semana passada o MEC decidiu retomar parte das bolsas (3.182) com as melhores notas.

Bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também sofrem ameaças de corte, pois a entidade não tem dinheiro para terminar o ano, segundo anunciou o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

Em julho, o CNPq suspendeu a divulgação de edital para concessão de novas bolsas de pesquisa por falta de recursos. Já no início de agosto, a entidade revelou que já havia usado 88% de toda a verba de 2019 destinada ao pagamento de bolsas.

"Não é possível pensar no desenvolvimento do país sem investimento em nosso povo. Não aceitaremos o desmonte nacional! Acreditamos no Brasil e em suas potencialidades, por isso, paralisaremos as nossas atividades no dia 02 de outubro", diz a ANPG.

Entre as exigências da entidade estão: a revogação dos cortes, o repasse de verba para o CNPq, o descontingenciamento do orçamento das universidades federais e outras instituições, recomposição do orçamento do MEC, entre outras.