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Pela 1ª vez, vagas no ensino superior a distância superam as no presencial

Getty Images
Imagem: Getty Images

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

19/09/2019 10h39Atualizada em 19/09/2019 12h05

Resumo da notícia

  • Número de vagas oferecidas a distância foi de 7,1 milhões em 2018
  • Já as presenciais ficaram em 6,4 milhões
  • Porém, ainda há mais alunos matriculados em cursos presenciais

O número de vagas ofertadas no ensino superior a distância no Brasil em 2018 superou as do ensino superior presencial pela primeira vez na história. É o que mostram os dados do Censo de Educação Superior 2018, divulgados hoje pelo MEC (Ministério da Educação).

Mesmo com esse salto nas vagas oferecidas, ainda há mais alunos matriculados em cursos presenciais do que em cursos de ensino superior a distância.

No ano passado, foram 13,5 milhões de vagas oferecidas para um curso de educação superior no Brasil. Delas, 7,1 milhões foram para cursos a distância, enquanto 6,4 foram para cursos presenciais.

Segundo os dados do censo, porém, havia 2 milhões de alunos matriculados no ano passado em cursos de ensino superior a distância, número três vezes menor que a quantidade de alunos matriculados em cursos de ensino superior presencial, que de era 6,4 milhões.

A tendência de crescimento na educação a distância já era observada no Censo de Educação Superior de 2017, quando o número de matrículas em cursos dessa modalidade teve um crescimento de 18% em comparação com o ano anterior, a maior alta desde 2008.

Mas os números da graduação a distância em 2018 praticamente dobraram em comparação a 2017. Se no ano passado foram 7,1 milhões de vagas para essa modalidade de ensino, no ano anterior foram 4,7 milhões.

No mesmo período, a oferta de cursos a distância aumentou 50,7%. Foram 3.177 em 2018 contra 2.108 cursos em 2017.

As bases legais para a modalidade de educação a distância foram estabelecidas pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), em 1996. Em junho de 2017, ainda no governo de Michel Temer (MDB), o MEC aliviou as regras para oferta de ensino a distância: as instituições de ensino puderam passar a oferecer cursos a distância mesmo sem possuir credenciamento para cursos presenciais. Também deixou de ser necessária a aprovação prévia do MEC para a abertura de polos EAD (ensino a distância).

"Houve uma ampliação expressiva do número de vagas. Esse número de vagas é muito maior do que o número de alunos que a gente tem hoje", disse Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de estatísticas educacionais do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Já o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse ver uma "tendência" no aumento do ensino a distância.

"Pela primeira vez, o ensino a distância passou o ensino presencial. Acho que é uma tendência nacional e mundial, isso só tende a se ampliar", afirmou Weintraub. Ele participou apenas do início de uma coletiva de imprensa para apresentação dos dados e deixou o local sem responder às perguntas dos jornalistas.