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O que você não pode esquecer no 1º dia de prova do Enem

Redação

Brasil Escola

Jéssica Maes

Colaboração para o UOL

01/11/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Prova de linguagens e ciências humanas acontece no domingo (3)
  • Recomendação é começar pelas questões mais fáceis
  • Na redação, são avaliados domínio da língua, compreensão da proposta e repertório pessoal

Nada substitui toda a preparação ao longo do ano, mas algumas dicas de língua portuguesa e produção de texto de última hora podem ser de grande ajuda para os milhões de estudantes farão a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 neste domingo (3).

Nesta primeira etapa, os candidatos farão os testes de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias e Ciências Humanas e Suas Tecnologias, além de uma redação dissertativa-argumentativa.

Diferentemente de vestibulares mais conteudistas, o formato de prova do Enem não deixa muito espaço para macetes ou "decorebas", exigindo mais habilidades do que conhecimentos específicos.

Conhecido pelo grande volume de textos que há em todas as questões, o exame está mais ligado a leitura e interpretação de texto. "Via de regra, a prova de português não tem questões de norma culta", diz coordenador de linguagens do Anglo Vestibulares, Sérgio Paganim.

Veja a seguir as dicas que dos especialistas para o primeiro dia de prova do Enem.

Atenção à interpretação de texto e às particularidades da linguagem

O candidato deve estar preparado para identificar e saber extrair sentido de diferentes gêneros textuais, estejam eles em linguagem verbal (como notícias, trechos de obras literárias em prosa, poemas e propagandas) ou não verbal (como charges e quadrinhos). Além disso, deve conhecer as funções da linguagem, a variação linguística e escolas literárias.

Linguagem

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No total, são 45 questões que abordam língua portuguesa e folhear jornais e revistas pode ajudar a refrescar a memória para as diferenças textuais. Como cada uma delas tem um texto diferente, a coordenadora de português do Grupo Etapa, Simone Motta, lembra a importância da concentração. "É importante que [os estudantes] tenham um foco diferente e que façam uma leitura cuidadosa do enunciado para localizar no texto o que está sendo pedido", diz.

Administre bem o tempo

O tempo, vale lembrar, é um dos grandes vilões do Enem. No dia 3, os alunos terão um máximo de cinco horas e 30 minutos para resolver 90 questões e escrever a redação. Em relação a isso, Paganim aponta que uma das dificuldades mais comuns entre os participantes do Enem é com poemas. "Não tem uma regra para ler poema, ou poesia não seria poesia. Mas essa leitura precisa de mais tempo", diz.

Esse tempo extra (cerca de cinco minutos por poema, estima) deve ser dedicado a tentar perceber os significados das palavras, arranjos, contextos e recursos linguísticos que vão ajudar na interpretação desse estilo de texto.

O professor recomenda que as questões mais fáceis, com textos mais breves, como tirinhas, sejam feitas primeiro. Assim, o estudante pode tentar ganhar alguns minutos para dedicar às perguntas mais complexas, que podem ser deixadas para o final.

Isso porque o prejuízo de dedicar mais minutos do que deveria a uma questão difícil pode fazer com que não dê tempo para responder muitas questões fáceis —o que tem um grande impacto na nota final. O Enem usa o método de correção TRI (Teoria de Resposta ao Item), um processo que atribui diferentes pesos a cada questão e tenta evitar que candidatos que chutaram respostas se saiam bem.

Outra grande vítima da falta de tempo é a redação. O professor recomenda que o estudante trabalhe na redação em no máximo uma hora e meia, divididas em três blocos de 30 minutos cada um.

A primeira meia hora deve ser dedicada à leitura da coletânea de textos da redação, definição do posicionamento e dos argumentos que serão usados, e elaboração de um projeto de texto. Os próximos 30 minutos são para a execução do projeto e a meia hora final é o momento de passar o texto a limpo e fazer quaisquer pequenas alterações que sejam necessárias.

Revise a redação e os critérios exigidos

A correção da redação é feita com base em cinco competências diferentes. Com peso igual, cada uma aborda um aspecto diferente que deve estar contido no texto dissertativo-argumentativo, em que é imprescindível que o participante tome uma posição.

Na prova de redação do Enem são avaliados: domínio da língua portuguesa escrita; compreensão da proposta de redação e o repertório pessoal que o candidato traz para a discussão; seleção e organização das informações e defesa de uma opinião bem definida; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para construir a argumentação, demonstrando coesão; e elaboração de uma proposta de intervenção para o problema abordado.

Entre todos esses aspectos, Paganim e Motta apontam que as maiores dificuldades estão na demonstração clara de um posicionamento e na proposta de intervenção.

Assim, a dica é que a opinião do autor esteja expressa o mais cedo possível no texto e que fique atento ao quão factível e realista é a sua proposta de intervenção. A resolução do problema deve ter um agente, uma ação, um modo de execução com detalhes o suficiente para ser compreendido e com um efeito.

"Leia a cartilha do participante e saiba como você vai ser avaliado. Sabendo como a redação é corrigida, você consegue produzi-la de acordo com o que vai ser cobrado", lembra a professora do Etapa.

Diferentemente do informado no 11º parágrafo, o método de correção Teoria de Resposta ao Item, usado pelo Enem, é um processo que atribui diferentes pesos a cada questão e tenta evitar que candidatos que chutaram respostas se saiam bem. O texto original informava de forma equivocada que o método fazia com que questões mais difíceis valessem mais e questões mais fáceis tivessem um peso menor. O texto foi corrigido.