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SP: 54% dos professores afirmam ter sofrido violência na escola, diz estudo

Alex de Jesus/O Tempo
Imagem: Alex de Jesus/O Tempo

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

18/12/2019 12h30Atualizada em 18/12/2019 13h13

Em um ano, 54% dos professores da rede pública estadual de São Paulo disseram já ter sofrido pessoalmente algum tipo de violência dentro da escola. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em conjunto com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), divulgada hoje.

O número mostra uma tendência de crescimento nesses casos: em 2017, 51% dos professores disseram ter sofrido algum tipo de violência dentro das dependências da escola no último ano; em 2014, foram 44%.

Entre os professores que relataram ter sofrido algum tipo de violência, a agressão verbal é o caso mais frequente (48%), seguido por assédio moral (20%) e bullying (16%).

Outros 8% dos docentes disseram ter sido vítimas de furto ou roubo e 5% de agressão física. Na pesquisa, os professores podiam responder sim a mais de um tipo de violência.

Para o levantamento, intitulado "Qualidade da educação e violência - ouvindo a população e a comunidade escolar", foram ouvidos 701 professores e 1.000 estudantes da rede estadual.

A pesquisa foi realizada entre os dias 5 de setembro e 1º de outubro de 2019 e abrange os 12 meses anteriores. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Ao UOL, o secretário executivo da Educação de São Paulo, Haroldo Rocha, questionou os dados da pesquisa. Segundo Rocha, as escolas da rede pública estadual trabalham "permanentemente" os temas da violência e da indisciplina.

O secretário executivo afirmou ainda que a gestão do governador João Doria (PSDB) está implementando um programa de melhoria da convivência escolar, chamado de Conviva SP, em parceria com pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Segundo ele, o projeto envolve a realização de uma pesquisa com mais de 1 milhão de estudantes e 88 mil professores da rede sobre as relações dentro da escola. "Isso vai gerar um relatório individual para cada escola poder entender melhor o que está acontecendo e como melhorar", afirma.