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'Nada justifica comportamento da PM', diz sindicato de docentes sobre vídeo

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

19/02/2020 13h18

"Nada justifica esse comportamento da PM (Polícia Militar)", disse em nota hoje a Apeoesp, sindicato que representa os docentes da rede estadual sobre a agressão de policiais militares contra dois jovens dentro de uma escola estadual em São Paulo.

A presidente do sindicato, deputada estadual Professora Bebel (PT-SP), afirmou que o episódio mostra o "descaso do Estado" e a falta de políticas para prevenir e reduzir a violência nas escolas paulistas.

Ela diz ainda que irá cobrar explicações e providências do governo estadual em relação às imagens que mostram as agressões.

A confusão dentro da Escola Estadual Emygdio de Barros, no Rio Pequeno, zona oeste da capital paulista, teria começado após a PM ser chamada para retirar um jovem de 18 anos de dentro da unidade de ensino. Segundo a escola, ele não estava matriculado na unidade e se recusava a sair. O jovem, por outro lado, sustenta que estava matriculado.

Nos vídeos, é possível ver um dos rapazes sendo dominado por um policial com uma gravata. Outro aluno é agredido com socos enquanto outro policial, por trás, dá uma rasteira nele, que cai no chão. Ainda caído, ele é chutado.

As imagens mostram também que um dos PMs chegou a apontar uma arma em direção a estudantes que observavam e gravavam a cena.

Para a presidente da Apeoesp, "escola é lugar de desenvolver o processo educativo, e não de cenas selvagens como essas".

Ela afirma que as cenas demonstram que "o Estado não tem uma política para prevenir e reduzir o índice de violência nas escolas paulistas" e diz ser necessário que a Secretaria de Educação tome medidas para que o assunto seja debatido nas unidades escolares.

Em dezembro de 2019, uma pesquisa realizada pelo sindicato em parceria com o Instituto Locomotiva apontou que 37% dos estudantes paulistas afirmam ter sofrido algum tipo de violência no ambiente escolar no período de um ano.

Entre os docentes, foram 54% dos entrevistados os que disseram ter sofrido pessoalmente algum tipo de violência dentro da escola no mesmo período.

O UOL procurou a Secretaria de Educação do estado de São Paulo e as considerações do órgão, se enviadas, serão acrescentadas a este texto.