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São Paulo prevê retorno às aulas em setembro e com 35% de lotação

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

24/06/2020 12h20Atualizada em 26/06/2020 11h14

O governo de São Paulo anunciou hoje que o retorno às aulas presenciais no estado está previsto para o dia 8 de setembro e terá escolas com 35% da capacidade máxima de alunos. Para isso, estão previstos um rodízio entre os alunos e a manutenção de um sistema híbrido, reunindo o ensino presencial e o ensino remoto.

A medida será válida para escolas públicas e privadas e contemplará todas as etapas de ensino, passando pela educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. De acordo com o governo, há 13,3 milhões de alunos em todo o sistema de ensino no estado.

A confirmação da reabertura das escolas nessa data, no entanto, dependerá da permanência de todas as regiões do estado na fase amarela (fase 3) do plano de flexibilização da economia, o chamado Plano São Paulo, por pelo menos 28 dias. De acordo com o governo, todo o estado retomará as aulas presenciais no mesmo dia.

Na fase amarela de reabertura economia, há liberação do funcionamentos de shoppings centers, bares, restaurantes e comércio com restrições.

O plano de retomada das aulas, que é dividido em três etapas e depende de uma série de fatores, foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) e pelo secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Ainda não está claro quais etapas de ensino serão priorizadas na reabertura das escolas —se a educação infantil ou se outras etapas, como o ensino fundamental e o ensino médio, voltarão antes.

Segundo o secretário-executivo da secretaria de Educação, Haroldo Rocha, as redes terão autonomia para decidir quais alunos voltarão primeiro para as escolas.

Na rede estadual, segundo Soares, a previsão é que haja um rodízio entre os alunos de forma que todos os estudantes tenham a oportunidade de ir à escola e entregar atividades pelo menos uma vez por semana. De acordo com o secretário, os protocolos específicos da rede estadual serão divulgados na próxima semana.

Retorno em etapas

A volta será feita em três etapas e começará com até 35% dos alunos presenciais. O restante acompanhará o conteúdo nas plataformas digitais. Ainda não foi esclarecido quais serão os critérios para escolha dos alunos que irão às escolas.

  • Etapa 1 (a partir de 8 de setembro) - Até 35% dos alunos de forma presencial;
  • Etapa 2 (ainda sem data definida) - Até 70% dos alunos;
  • Etapa 3 (ainda sem data definida) - Até 100% dos alunos.

Data e condições para o retorno

Para a implementação da primeira etapa, com retorno de 35% dos alunos no dia 8 de setembro, todas as cidades do estado devem ter permanecido na fase amarela (fase 3) do plano de flexibilização da economia, o chamado Plano São Paulo, por pelo menos 28 dias.

"Essa data é um estudo da secretaria de educação com o governo para que a gente possa se programar. Redes municipais têm que ter merenda escolar, tem que ter os insumos necessários, temos que ter os itens de proteção todos adquiridos", disse Soares.

Para a segunda etapa, com até 70% dos alunos nas escolas, 60% das cidades devem ter permanecido por ao menos 14 dias na fase 4 (verde).

Já o retorno completo só acontecerá quando todos os departamentos regionais estiverem na fase 4 de reabertura. "Se uma região regredir, vamos tratar aquela região, mantendo o estado aberto", afirmou o secretário Rossieli Soares.

As aulas presenciais foram suspensas no dia 23 de março, quando o governo antecipou o período de férias e recesso escolar para minimizar a propagação do novo coronavírus.

O ano letivo foi retomado o fim de abril para os alunos da rede estadual de São Paulo com ensino remoto por meio dos aplicativos Centro de Mídias SP e dos canais digitais 2.2 - TV Univesp e 2.3 - TV Educação.

    Protocolos

    De acordo com o protocolo apresentado pelo governo, as escolas terão que cumprir uma série de medidas para evitar o contágio entre alunos e funcionários, como:

    • Distanciamento obrigatório de 1,5 m entre as pessoas;
    • Uso de máscaras;
    • Organizar os horários de entrada e saída dos alunos para evitar aglomerações;
    • Intervalos e recreios serão feitos em horários alternados, com revezamento de turmas;
    • Atividades de educação física podem ser realizadas mediante cumprimento do distanciamento de 1,5 m, preferencialmente ao ar livre.

    Fica proibida a realização de feiras, palestras, seminários, competições esportivas e assembleias. O uso de bebedouros compartilhados também será proibido —cada aluno e funcionário deverá ter seu próprio copo ou garrafa de água.

    Soares destacou que o uso de máscara será obrigatório para alunos, professores e funcionários dentro das escolas. "Se o aluno não estiver de máscara, ele não entrará na escola", afirmou.

    Segundo ele, o governo será responsável por providenciar as máscaras e também outros equipamentos de proteção para a rede estadual, como luvas para funcionários da limpeza e face shields para alguns funcionários.

    Soares também afirmou que poderá haver um procedimento de testagem dos funcionários, mas não entrou em maiores detalhes.

    Perguntado se o ano letivo de 2020 será esticado até janeiro ou fevereiro do ano que vem, Soares afirmou que a medida não é suficiente para resolver o problema da defasagem no aprendizado devido à suspensão das aulas. Ele estimou que, para isso, será necessário trabalhar com planos de recuperação por cerca de dois anos.