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Sindicato de escolas do Rio critica isolamento social: 'Não é ciência'

Do UOL, em São Paulo

28/07/2020 09h28Atualizada em 28/07/2020 17h41

Um vídeo institucional do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Rio de Janeiro), em que a organização duvida da efetividade do isolamento social contra o coronavírus, viralizou nas redes sociais no último final de semana. A medida tem sido recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e por infectologistas do mundo todo.

Nas imagens, que duram menos de um minuto, adultos e crianças em salas de aula e ao ar livre são exibidos com uma narração ao fundo. A argumentação é de que as escolas privadas fizeram "o dever de casa" e estão prontas para retomar as atividades presenciais.

Ainda que trate o isolamento social como ineficaz, o vídeo não aponta nenhum estudo ou dado científico que comprove isso.

"Vimos que ciência é a vacina. Estudos só confundiram. Trancar todos em casa não é ciência. Confinar é desconhecer, ignorar, subtrair vida, é fragilizar, é debilitar, mexer com o emocional", diz a locutora, contrariando as orientações científicas.

Isolamento social no Brasil

De acordo com estudo de professores da área de estatísticas econômicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), as medidas de isolamento social iniciadas em maio podem ter poupado até 118 mil vidas.

A estimativa aponta que a cada 1% de aumento no isolamento social houve uma redução na taxa de crescimento do vírus de até 37%.

3 mil novas mortes com retorno, prevê Fiocruz

Um estudo da Fiocruz publicado na semana passada prevê até 3 mil novas mortes no estado do Rio por covid-19, caso as aulas nas escolas sejam retomadas a partir de agosto, como era previsto.

A estimativa relaciona o impacto do retorno para 600 mil pessoas do grupo de risco que convivem na mesma casa com crianças e adolescentes em idade escolar, dentre idosos com mais de 60 anos e pessoas com diabetes, problemas no coração ou no pulmão que convivem na mesma casa com ao menos uma pessoa com idade entre 3 e 17 anos.

Em decreto publicado no Diário Oficial, o governador Wilson Witzel (PSC) determina a suspensão das aulas presenciais na rede estadual até 5 de agosto. Já o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) anunciou o retorno facultativo das atividades escolares da rede particular para alunos dos 4º, 5º, 8º e 9º anos do ensino fundamental a partir de 3 de agosto.