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Doria vê 'viés político' em protesto de professores, mas promete diálogo

29.julho.2020 - Professores da rede pública estadual de São Paulo protestam contra a volta às aulas presenciais - Felipe Rau/Estadão Conteúdo
29.julho.2020 - Professores da rede pública estadual de São Paulo protestam contra a volta às aulas presenciais Imagem: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

29/07/2020 14h09

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a manifestação realizada hoje por professores da rede pública estadual de ensino tem "viés político". Além disso, fez críticas à deputada estadual Professora Bebel (PT-SP), presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Nas manifestações de hoje, os professores criticam a possibilidade de retorno às aulas em 8 de setembro, ainda em meio às incertezas da pandemia do novo coronavírus. Além disso, reivindicam o pagamento de salários e auxílio emergencial a professores temporários, que são remunerados por aulas dadas.

"A Apeoesp tem um viés político. Não é de hoje, é de muito tempo. Respeitamos, evidentemente, mas é um viés político e extremado. A deputada estadual (Professora Bebel) que comanda a Apeoesp tem um viés que ela pratica sempre que possível à frente desta associação", afirmou Doria, que acredita que as manifestações são de uma minoria da classe.

"Posso assegurar que a posição emanada aqui nesta manhã não é majoritária do professorado de São Paulo. É parcial. O diálogo sempre existiu, nunca foi limitado o acesso (a cúpula da educação no Estado), seja ao secretário Rossieli Soares, seja ao secretário executivo Haroldo Corrêa Rocha. O diálogo é permanente."

Doria informou ainda que "não há confirmação final do dia 8 de setembro" para a volta, o que deve ser definido até 8 de agosto. Além disso, o governador deixou claro que os professores temporários não serão pagos durante a pandemia, citando suspensões de profissionais em outras áreas, inclusive da iniciativa privada, como exemplo.

"É uma circunstância, da mesma maneira que veículos de comunicação tiveram que reduzir profissionais temporários, freelancers, também não faz sentido que o dinheiro público seja utilizado para pagar quem não está trabalhando. E não é porque nós não desejamos: é porque as circunstâncias de uma pandemia não permitem. São ônus de uma pandemia que afeta todo o setor produtivo do país — de comunicação, de educação, de ciência e outros. Exceto a saúde, que circunstancialmente tem mais empregados do que desempregados, praticamente todos os demais setores sofreram em maior ou menor grau circunstâncias desse tipo", disse Doria.

O governador, porém, assegurou que o diálogo com os professores "continua aberto", e manifestou "profundo respeito aos professores e gestores". "Gestores de escola, embora não sejam professores, merecem respeito", acrescentou.