Topo

Em 1 ano, 81% dos alunos da rede estadual de SP acessaram centro de mídia

Aplicativo do Centro de Mídias da Educação de São Paulo, que permite aos alunos da rede estadual ter acesso a aulas ao vivo - Roberto Costa/Código 19/Estadão Conteúdo
Aplicativo do Centro de Mídias da Educação de São Paulo, que permite aos alunos da rede estadual ter acesso a aulas ao vivo Imagem: Roberto Costa/Código 19/Estadão Conteúdo

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

21/04/2021 13h56Atualizada em 21/04/2021 13h56

Com o fechamento das escolas em março de 2020, o Centro de Mídias SP foi a alternativa que a rede estadual encontrou para retomar as aulas de maneira remota para seus alunos. Um ano depois de sua implementação, segundo dados da Secretaria de Estado da Educação, 81% dos estudantes da rede acessaram a plataforma ao menos uma vez.

O número é referente aos acessos no aplicativo, já que a secretaria não consegue estimar o total de alunos que assistem as aulas na TV, nos canais digitais 2.2 - TV Univesp e 2.3 - TV Educação.

A estudante Gabriely Barbosa, de 16 anos, não faz parte dos 81% dos alunos que já acessaram a plataforma. O celular que usa para tentar entrar no aplicativo não suporta o recurso. "Preciso ficar instalando e reinstalando, mas ainda assim não consigo fazer o login", disse.

Os professores de sua escola em Cotia, na Grande São Paulo, disponibilizaram atividades para que ela pudesse fazer em casa, já que não optou pelo retorno presencial. Uma outra aluna, da zona sul de São Paulo, disse que também não consegue acessar por ter apenas um celular disponível em casa.

Em relação a esses alunos, a rede estadual afirma que eles estão sendo assistidos de alguma forma. "A gente tem a TV e estimamos que há alunos assistindo as aulas por lá, as escolas também fazem esse acompanhamento individual, enviando materiais impressos", afirma Bruna Waitman, coordenadora do Centro de Mídias.

A rede tem distribuído, segundo Bruna, 500 mil chips para alunos vulneráveis de baixa e extrema pobreza. Com o retorno presencial das aulas, a pasta também visa atender os alunos mais necessitados e com baixo ou nenhum acesso à tecnologia.

Diferentemente das duas alunas citadas anteriormente, Julia Amabile Belmiro, 13, acessou a plataforma todos os dias desde seu lançamento. Para ela, o suporte da escola é essencial. "São muitos caminhos, porque tem o site da escola, o centro de mídias, fazer a atividade do professor e do aplicativo, mas com os professores apoiando fica mais fácil", disse.

Questionada sobre qual material e atividade os alunos devem priorizar, a coordenadora do centro de mídia explica que o objetivo é ter uma combinação dos conteúdos. "Na plataforma, são aulas com 30 minutos, então é fundamental que o aluno continue mantendo contato com seu professor, mas sem deixar de acessar o aplicativo."

A estudante Adrieli Serafin, 16, também avalia como positiva sua experiência com a plataforma. No começo ela disse ter ficado com medo, porque eram novos professores, mas hoje afirma que entende o conteúdo da mesma forma que estivesse na escola.

No futuro, com um retorno presencial de 100% dos alunos, a rede já vem estudando usar a plataforma como um apoio ao professor. "Mesmo passando essa etapa, a ideia é que ele siga sendo usado de uma maneira híbrida e contribua para uma diversificação do currículo", disse Bruna.