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Vacina para professores em SP: Sindicatos comemoram, mas com ressalva

Professores são contra a volta às aulas presenciais sem a imunização completa da categoria - Miguel Schincariol/Getty Images
Professores são contra a volta às aulas presenciais sem a imunização completa da categoria Imagem: Miguel Schincariol/Getty Images

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

19/05/2021 17h59

Os sindicatos que representam professores em São Paulo comemoraram o anúncio da ampliação da vacina contra covid-19 para os profissionais da Educação, com idade entre 18 a 46 anos, a partir do dia 21 de julho. A informação foi dada hoje pelo governador João Doria (PSDB), que afirmou que a retomada da imunização da categoria permitirá "retomar as aulas do segundo semestre com total segurança".

As entidades que representam os profissionais, no entanto, não concordam com o retorno total já no segundo semestre. "É um grande avanço, isso inevitavelmente vai dando uma segurança maior para que os professores consigam trabalhar, mas não dá para falar em retorno já no segundo semestre", opinou a presidente da Apeoesp e deputada estadual (PT), Maria Izabel Noronha.

Para Bebel, o retorno deve acontecer após todos os profissionais receberem as duas doses das vacinas. "Precisa esperar a imunidade acontecer", disse. A aplicação da segunda dose aumenta a imunização contra a covid. Além disso, é preciso esperar de 10 a 20 dias para que o sistema imunológico crie a resposta imune, segundo especialistas.

O estado de São Paulo começou a vacinar profissionais da Educação com mais de 47 anos no dia 10 de abril. Na época, o governo liberou a imunização para 350 mil pessoas da categoria da rede pública e privada. Os sindicatos se posicionaram contra, porque acreditavam que a melhor escolha seria a imunização de todos, independente da faixa etária. As entidades abriram um processo judicial e enviaram ofícios ao governo.

Maciel Nascimento, secretário dos trabalhadores da Educação do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), que representa professores da capital, também disse lamentar a data para que a ampliação da vacina comece. "As aulas já iniciaram, já há uma pressão muito grande pela manutenção das escolas abertas, então é preciso priorizar", disse.

A rede municipal está em greve há mais de três meses e a principal reivindicação é a vacinação para todos os profissionais das escolas. "Temos menos de 20% dos profissionais vacinados em cada escola, a exposição ainda acontece", justificou Nascimento.

O presidente do Sinpro (Sindicato dos Professores de São Paulo), Luiz Antonio Barbagli também concorda. "Colocar a vacinação para o mês sete nos mostra que a possibilidade de retorno presencial total é nula. E se um professor tomar a vacina que leva 12 semanas para receber a segunda dose?", questionou.

Segundo Bebel, o sindicato vai enviar um novo ofício ao governo estadual pedindo que o retorno das aulas aconteça após a imunização completa dos profissionais.

Após o anúncio, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, comemorou a notícia em um vídeo publicado no Twitter. "Teremos um grande segundo semestre para todos os nossos profissionais, professores, diretores, toda a equipe da escola vacinada até julho", disse.