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MEC: Deputado poupa ministro, chama Lula de cachaceiro e fala palavrão

Ana Paulo Bimbati e Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

11/05/2022 15h05

O deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) se exaltou durante o depoimento do ministro da Educação, Victor Godoy, na comissão da Câmara dos Deputados nesta quarta (11). Ao microfone, chamou o ex-presidente Lula (PT) de "bandido" e "cachaceiro" e chegou a falar palavrões.

Godoy foi chamado à Comissão da Educação para responder sobre encontros com pastores citados em denúncias de suposto direcionamento de verbas do MEC durante a gestão do antigo ministro Milton Ribeiro. Em sua fala, Mauro não tratou do assunto.

Em meio a ataques à esquerda, o deputado bolsonarista defendeu a gestão da educação no governo Jair Bolsonaro (PL), que disse trazer "pureza às crianças", e ofendeu a candidatura de Lula.

Os deputados de esquerda têm pavor, têm ódio do militar, da escola cívico-militar. P*rra, o que esse pessoal quer? Eles querem voltar ao passado? Querem retornar ao passado apresentando um bandido, um homem que é procurado pela polícia, um homem que simplesmente é um cachaceiro?
Deputado Éder Mauro (PL-PA)

Apesar do que o deputado diz, o ex-presidente, que ficou preso entre 2018 e 2019 e teve os processos anulados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2021, não é procurado pela polícia.

"O nosso presidente onde vai é querido pelo povo, e vocês vão ter que engolir isso, seus comunistas!", concluiu Mauro, sem fazer perguntas a Godoy ou tratar das denúncias de corrupção no Ministério da Educação, assunto da comissão.

Ao final da fala, Kataguiri pediu que as "palavras de baixo calão" fossem tiradas das notas taquigráficas, o que gerou revolta instantânea em Mauro.

Pela ordem, senhor presidente! A palavra p*rra não é de baixo calão, é um substantivo feminino, é uma interjeição. Nunca foi palavra de baixo calão, por isso peço que não retire [das notas taquigráficas].
Deputado Éder Mauro (PL-PA)

Parte da fala já foi feita com o microfone cortado por Kataguiri, mas registrada pelo som vazado nos microfones dos colegas. O UOL tentou confirmar se as palavras foram de fato tiradas das notas, mas não teve retorno até o fechamento da matéria.