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Manifestantes e PM entram em confronto na USP

20.ago.2014 - O confronto entre grevistas da USP e PM começou por volta das 6h30 nos arredores do portão 1, que fica na rua Alvarenga. Funcionários e estudantes pedem reabertura de negociações com a reitoria, que cortou o salário daqueles que aderiram à paralisação - Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo
20.ago.2014 - O confronto entre grevistas da USP e PM começou por volta das 6h30 nos arredores do portão 1, que fica na rua Alvarenga. Funcionários e estudantes pedem reabertura de negociações com a reitoria, que cortou o salário daqueles que aderiram à paralisação Imagem: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo

20/08/2014 08h44

São Paulo - Estudantes e funcionários da USP em greve trancaram três portões de acesso à universidade no início da manhã desta quarta-feira, 20. Quando o grupo seguiu em protesto para a Rua Alvarenga, na região do bairro do Butantã, a PM tentou deter os manifestantes com balas de borracha, que revidaram com pedras e outros objetos. A manifestação bloqueou a via a 300 metros do Portão 1 da universidade.

Por volta das 7h, de acordo com a SPTrans, a circulação de oito linhas de ônibus foi afetada com o bloqueio dos portões da USP e da Rua Alvarenga. Em reflexo da manifestação, a Avenida Corifeu de Azevedo Marques teve 4,5 quilômetros de congestionamento no sentido bairro, na altura da Avenida Vital Brasil.

O perfil Greve USP 2014 do Facebook relatou o conflito dos manifestantes com a Polícia Militar: "CHOQUE REPRIME ESTUDANTES E TRABALHADORES NA ALVARENGA! Repressão massiva e gratuita ao trancaço dos 3 setores. A repressão segue a mesma linha que o Estado vêm tomando frente às reivindicações de greve de trabalhadores e estudantes: Não basta o arrocho e o corte de pontos, trabalhadores também levam bombas".

O "trancaço", que tinha a intenção de fechar os portões de acesso à USP para impedir a entrada de funcionários e estudantes, começou por volta das 4h30 da manhã. A Tropa de Choque intercedeu e conseguiu abrir a circulação dos Portões 2 e 3. Para dispersar os manifestantes, a PM lançou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Estudantes e funcionários grevistas revidaram com pedras e montaram barricadas.

As vias foram liberadas por voltas de 8h da manhã e, de acordo com a Polícia Militar, não há detidos.

Greve

Os funcionários são contrários ao reajuste zero de salários de servidores técnico-administrativos e de professores da USP. A decisão da instituição de não reajustar o salário foi tomada em conjunto com as outras duas universidades estaduais - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) -, o que motivou o início da greve de funcionários e docentes nas três instituições, no dia 27 de maio. O pedido dos grevistas é de reajuste de 9,78%. As três instituições afirmam que não têm condições orçamentárias para fazer o reajuste.

Os funcionários também protestam contra o corte de salários de grevistas da USP durante a greve. Segundo Carvalho, funcionários técnico-administrativos de todas as unidades da universidade tiveram salários cortados. "São milhares de funcionários, mas não temos o dado de quantos precisamente."

Os grevistas protestam também contra a proposta do reitor da USP, Marco Antonio Zago, de criar um plano de demissão voluntária e flexibilização de jornada de servidores técnico-administrativos como forma de desinflar a folha de pagamento e combater a crise financeira da instituição. O plano também inclui a possibilidade de redução de jornada de funcionários com diminuição salarial e a transferência de dois hospitais - o Hospital Universitário e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru - para a Secretaria Estadual de Saúde. A proposta foi apresentada na sexta-feira, 15, a cerca de 80 diretores de unidades da universidade.