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SP suspende projeto de estagiários nas escolas do Estado

14/11/2014 10h41

São Paulo - A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo suspendeu repentinamente o programa Residência Educacional e vai finalizar o contrato com cerca de 2 mil estagiários que participavam do projeto. Iniciado no meio do ano passado, o programa será interrompido na segunda-feira.

Até as escolas foram pegas de surpresa. Um comunicado foi encaminhado no meio da tarde de anteontem pelas Diretorias de Ensino. "O Estado acabou do nada e avisou bem em cima, foi complicado até para avisar", disse uma funcionária de uma das diretorias, que pediu para não ser identificada.

No texto, a suspensão do programa teria acontecido por causa de uma "avaliação de impacto" por parte da secretaria. Nas escolas, fala-se que o motivo foi corte de custos. Questionada ontem, a pasta não informou por que não aguardou o fim do ano letivo e a razão de o comunicado ter sido feito às escolas com pouca antecedência.

Inspirado nas residências médicas, o programa era voltado para escolas de maior vulnerabilidade. Além de colaborar com as unidades, ainda havia o objetivo de aproximar os estudantes de licenciaturas da realidade das salas de aulas e das unidades escolares.

Bolsa

A residência foi iniciada no ano passado em 1.392 escolas estaduais. Os bolsistas recebiam R$ 600. Para participar, era preciso ser aprovado em uma prova. Houve seleção para 9 mil estudantes neste ano, conforme anunciado pela própria secretaria. O selecionado atuava por 12 meses na escola e o prazo podia ser renovado por mais um ano.

Aluna de História, Flavia de Lima Souza, de 19 anos, havia começado em março deste ano em uma escola de Ribeirão Pires. Ficou sabendo ontem que seu contrato seria finalizado. "Além de conhecer a realidade da escola, tinha contato com professor na sala, aprendia didática, como abordar os temas. É um aprendizado que não podia ser rompido assim."

Flavia dependia do dinheiro da bolsa para pagar a mensalidade da faculdade. "Havia aberto mão da bolsa do Pibid (programa federal de iniciação à docência) para fazer a residência."

A professora Juliana Roncon, há oito anos na rede, conta que ficou surpresa com a interrupção abrupta do programa. "Eles auxiliavam os alunos com as dúvidas e davam um feedback das aulas para o professor titular", diz. "Um programa que visa a incentivar a carreira não pode ser interrompido de repente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.